Na véspera da visita à Rússia do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, o governo da Rússia informou nesta segunda (10) que o presidente Vladimir Putin não deverá se encontrar com o americano.
A medida pode ser considerada uma represália aos EUA, que atacaram uma base aérea na Síria na semana passada. Putin é um dos principais aliados do ditador sírio, Bashar al-Assad, que controlava a base atingida. Um dos objetivos da visita de Tillerson é tentar convencer o Kremlin a retirar o apoio ao regime sírio. Já os russos devem pressionar por mais explicações sobre o ataque dos EUA.
Segundo o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, Putin não havia anunciado ou agendado um encontro com Tillerson, que deverá se reunir somente com o chanceler Sergei Lavrov, seu homólogo no governo russo.
Putin, porém, costumava receber John Kerry, secretário de Estado durante o governo de Barack Obama.
Tillerson sinalizou que deve endurecer o discurso durante a visita. Segundo a Agência Reuters, o secretário de Estado afirmou nesta segunda (10) que os EUA vão confrontar qualquer um que cometer crimes contra a humanidade.
Neste domingo (9), Tillerson disse ainda que a passividade russa contribuiu com o ataque e que Moscou fracassou em levar a cabo o acordo de 2013 contra armas químicas na Síria.
Ele afirmou ainda que os EUA esperavam que a Rússia assumisse uma posição mais dura em relação a Assad, inclusive com uma reavaliação da aliança entre os dois países.
Os EUA lançaram um ataque com mísseis na sexta-feira (7) contra uma base aérea síria em resposta à ação com armas químicas que matou 87 pessoas, incluindo 31 crianças, numa operação que, segundo Washington, foi realizada pelo governo sírio.
O governo de Bashar al-Assad nega qualquer envolvimento no ataque químico. (Folhapress)
Leia mais:
- Rússia diz que Trump atacou a Síria para mostrar força a seus rivais nos EUA
- Putin considera que ataque dos EUA é baseado em ‘pretextos inventados’
- Rússia diz que apenas 23 dos 59 mísseis dos EUA atingiram base síria
Leia mais sobre: Mundo