18 de dezembro de 2024
Mundo • atualizado em 13/02/2020 às 01:15

Putin diz poder fornecer transcrição de conversa entre Trump e chanceler

Presidente russo, Vladimir Putin / Foto: Sergei Ilnitsky
Presidente russo, Vladimir Putin / Foto: Sergei Ilnitsky

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (17) estar disposto a fornecer ao Congresso dos Estados Unidos a transcrição da conversa ocorrida na semana passada na Casa Branca entre o presidente Donald Trump e o chanceler russo, Sergei Lavrov.

“Se a administração americana autorizar, estamos dispostos a fornecer a gravação da conversa entre Lavrov e Trump ao Congresso e ao Senado americanos”, disse Putin em entrevista coletiva.

O líder russo também rebateu os relatos divulgados pela imprensa americana nesta semana, segundo os quais Trump teria compartilhado com Lavrov informações confidenciais fornecidas por Israel sobre uma potencial ameaça da milícia terrorista Estado Islâmico relacionada ao uso de laptops em aviões. O compartilhamento de informação teria sido feito sem a permissão das autoridades israelenses e poderia comprometer a segurança de um colaborador.

Putin afirmou que a polêmica sobre o conteúdo da conversa entre Trump e Lavrov é alimentada por políticos americanos movidos por um “sentimento anti-Rússia”.

Na terça (16), Trump se defendeu das acusações afirmando que tem “direito absoluto” de compartilhar informações de segurança com a Rússia. O republicano, porém, não deixou claro se de fato repassou dados confidenciais a Lavrov.

Apesar da sensibilidade das informações que Trump é acusado de compartilhar, fazê-lo não constitui irregularidade. Pela lei americana, o presidente tem discricionariedade para lidar com informações de interesse nacional da maneira que achar pertinente.

As acusações de que Trump repassou dados aos russos aumentaram a pressão sobre o republicano, cuja administração já enfrentou escândalos devido a contatos irregulares com autoridades da Rússia.

MEMORANDO

A turbulência em Washington foi agravada na noite desta terça (16) após o jornal “New York Times” revelar que Trump pediu em fevereiro ao então diretor do FBI (polícia federal americana), James Comey, que encerrasse uma investigação sobre Michael Flynn.

Flynn foi demitido do cargo de conselheiro de Segurança Natural após a revelação de que ele havia discutido com o embaixador russo, Sergey Kislyak, antes mesmo de Trump tomar posse, sobre a possibilidade de levantar as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra Moscou.

O registro do pedido de Trump estaria em um memorando escrito por Comey, de acordo com funcionários do governo que tiveram acesso ao documento. Comey, que liderava uma investigação do FBI sobre contatos irregulares de

Flyyn e outros auxiliares de Trump com o governo russo, foi demitido na semana passada.

Caso se comprove verdadeiro o conteúdo do suposto memorando, aumentariam as suspeitas de que Trump agiu para tentar abafar os inquéritos sobre o conluio da administração republicana e a Rússia. O FBI e o Congresso americano atualmente investigam se o Kremlin interferiu nas eleições americanas do ano passado por meio de ciberataques para beneficiar a campanha de Trump.

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