O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está avaliando a proposta de paz na Ucrânia, recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, nesta quinta-feira (23), segundo à agência de notícias estatal russa Tass.
Galuzin destacou a importância da visão do Brasil, que é parceiro estratégico de Moscou, tanto bilateral quanto globalmente.
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [do conflito] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos”, afirmou.
O diplomata disse ainda que o governo russo está “examinando” as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil, mas, levando em consideração a situação “in loco”.
O vice-ministro disse que a Rússia valoriza o fato de o Brasil não fornecer armas a Kiev, na Ucrânia. No final de janeiro deste ano, durante uma visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, Lula se recusou a fornecer munições para tanques de guerra, que a Alemanha ia enviar para o campo de batalha na Ucrânia.
Ainda durante a mesma visita do alemão, Scholz, o presidente Lula propôs criar um fórum internacional para negociar um caminho para a paz na Ucrânia, que contaria não só com o Brasil, mas China, Estados Unidos e países europeus.
Mas durante durante uma visita a Washington no dia 10 de fevereiro de 2023, a ideia do grupo de trabalho foi “ignorada” por Joe Biden, presidente americano.
Biden deixou claro que, para ter voz ativa na negociação do fim do conflito, o brasileiro teria, primeiro de tudo, de reconhecer que a Rússia é o agressor que viola continuamente o direito internacional e que a Ucrânia é sua vítima — deixando de lado declarações dúbias, como “quando um não quer, dois não brigam”.
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