O regime sírio e a oposição assinaram um acordo de cessar-fogo e se comprometeram a participar de uma nova rodada de negociações.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (29) por Vladimir Putin, presidente da Rússia, que anunciou também a redução de seu envolvimento no conflito, iniciado em 2011.
O Exército sírio afirmou que os embates serão paralisados a partir da meia-noite local (20h em Brasília).
O cessar-fogo já vinha sendo debatido. O governo turco havia anunciado, na véspera, a possibilidade de que os ataques fossem interrompidos antes das negociações políticas. Rússia e Turquia são os principais mediadores hoje na Síria, progressivamente excluindo os EUA.
O regime e a oposição assinaram três documentos: o acordo pelo cessar-fogo, uma lista de garantias para manter a trégua e o comprometimento em participar das negociações políticas futuras.
Deve haver um encontro no Cazaquistão envolvendo Rússia, Turquia, Irã, Egito e as partes sírias envolvidas.
O anúncio deve ser recebido, no entanto, com cautela. Mesmo o presidente russo reconheceu que a situação do cessar-fogo era “frágil”.
Rússia e Turquia defendem, afinal, posições opostas. Putin é o principal aliado do ditador sírio Bashar al-Assad, enquanto o presidente turco Recep Tayyip Erdogan vem exigindo sua renúncia.
A Turquia pede também que a milícia libanesa Hizbullah deixe a Síria, uma imposição que incomoda o Irã. A participação do Hizbullah foi fundamental para garantir a sobrevivência do regime sírio, que chegou a ser ameaçado no início do conflito.
O cessar-fogo não inclui facções terroristas como o Estado Islâmico e a Jabhat Fateh al-Sham (antiga Jabhat al-Nusra, ligada à rede Al Qaeda), que são importantes atores no conflito.
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