22 de novembro de 2024
Destaque 2

Público liga morte de Paulo Gustavo à política do governo

Foto: Arquivo Pessoal/Facebook
Foto: Arquivo Pessoal/Facebook

O Brasil acordou mais triste ontem com a morte prematura do ator Paulo Gustavo, aos 42 anos, em razão da covid-19. Não é força de expressão: de acordo com levantamento feito pela empresa de análise de dados Ap Exata, em parceria com o Banco ModalMais, o sentimento de tristeza no Twitter cresceu 10 pontos porcentuais entre terça e quarta-feira, de 33% para 43%. O levantamento utiliza inteligência artificial para identificar as variações comportamentais na rede social em 145 cidades brasileiras, desde o início do atual governo.

O levantamento mostrou uma peculiaridade: as menções negativas ao presidente da República, Jair Bolsonaro, chegaram a 78% (na terça-feira, era de 67%) e culpam o governo federal pela morte do ator em razão da demora na distribuição das vacinas. Mariana Pereira Ceolin, sócia-diretora da Ap Exata, Inteligência em Comunicação Digital, explica que variações bruscas como essa já haviam sido notadas durante quedas de ministros, mas foi a primeira vez que a causa foi a morte de um ator. “As pessoas fizeram essa conexão entre a política do governo e a morte do ator. Os internautas responsabilizam o presidente pela morte de uma pessoa de 42 anos de uma doença para a qual existe vacina.” O cantor Caetano Veloso, por exemplo, fez um post em homenagem a Paulo Gustavo, lamentando a vulnerabilidade do País durante a pandemia. “É significativo que a notícia de sua morte chegue no dia em que se abre a CPI da covid no Senado Federal”, escreveu.

A psicóloga Juliana Guimarães, especialista em luto, explica que este sentimento existe pela relevância do ator. “É muito comum as pessoas falarem: ‘Nossa, não o conhecia pessoalmente, mas estou sofrendo como se fosse alguém da família’. E, simbolicamente, é. São histórias que ele contou, filmes que participou, coisas que falou e que tocam nossas vidas direta e verdadeiramente.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Por Adriana Moreira e Camila Tuchlinski/Estadão Conteúdo


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