BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Deputados do PT reúnem-se nesta terça-feira (17) para iniciar as discussões sobre quem vão apoiar na disputa pela presidência da Câmara, em 2 de fevereiro.
Se até os primeiros dias de 2017 a tendência era apoiar a reeleição do atual presidente da Casa, agora já consideram também apoio a Jovair Arantes (PTB-GO), cuja candidatura começou a ganhar musculatura com o apoio de deputados do baixo clero, estratégia que deu certo quando adotada por Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005 e por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2015.
“Não dá para desconsiderá-la. A candidatura tem simpatia na bancada, tem argumentos para defesa dela. Por isso se adotou uma linha também de se discutir com o Jovair”, disse o deputado Vicente Cândido (PT-SP).
Na semana passada, o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), participou do lançamento da candidatura de Jovair. Na ocasião, o petista disse que não poderia estar ausente “apesar de todas as divergências políticas que temos” e que “a bancada do PT quer participar efetivamente da Mesa da Câmara na proporcionalidade”.
Tanto Maia quanto Jovair têm prometido lugar para o PT na Mesa Diretora. Ambos prometem respeitar os critérios de proporcionalidade. Uma eventual formação de blocos, no entanto, pode prejudicar o PT, que, sozinho, tem a segunda maior bancada, com 57 deputados.
Aliados de Maia dizem que ao PT caberia a segunda secretaria, que trata de estágios, prêmios conferidos pela Câmara e da emissão de passaportes diplomáticos para deputados. Alguns membros do partido querem que Maia entregue a eles a primeira secretaria, uma espécie de prefeitura da Casa. A posição, no entanto, está sendo negociada com o PR, segundo a reportagem apurou.
DEFINIÇÕES
Petistas acreditam que a reunião desta terça-feira não será conclusiva por alguns fatores. Os deputados querem saber se o PDT, que se reúne no mesmo horário, manterá a candidatura de André Figueiredo (PDT-CE). Além disso, a executiva nacional do partido tem reunião na quinta-feira (19), em São Paulo.
Carlos Zarattini disse que a executiva não vai deliberar sobre o tema, mas Vicente Cândido afirma o contrário.
“Tem uma preliminar que vamos ter que trabalhar que é a defesa de candidatura própria ou do bloco de oposição. Isso tem que sair da pauta num debate político. O PT está pautando isso para o próximo dia 19”, afirmou Vicente Cândido à reportagem.
Segundo Cândido, o grupo que defende uma dessas opções no PT é minoritário, “mas tem que ter debate por causa da repercussão social”, disse o parlamentar. Em reserva, petistas favoráveis a Figueiredo dizem encontrar dificuldade em suas bases sociais para justificar um eventual apoio a Maia ou Jovair.
Mesmo quem ainda não declara preferência relata a dificuldade com as bases. “A grande dificuldade da conjuntura no momento é a reinserção do PT no seu habitat social”, afirmou o líder da oposição, José Guimarães (PT-CE).
Vicente Cândido também defende com a cúpula do partido o fechamento de questão para que todos os deputados votem de uma única maneira.
“O PT precisa retomar esta prática. Caso contrário, você fica discutindo dois dias, uma semana inteira, você debate, debate, debate e, depois, cada um vota como quer. Não faz sentido isso”, afirmou o deputado.
Já Zarattini diz que o tema não está em discussão. “Até porque o voto é secreto”, ponderou o líder do partido.
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