O diretório do PT de Ribeirão Preto se reunirá nesta segunda-feira (18) para abertura de processo contra o ex-ministro Antonio Palocci no conselho de ética do partido.
O ex-ministro terá prazo para apresentação de defesa caso pretenda manter-se filiado ao partido. A situação de Palocci ainda será objeto de debate, informal, na quinta e sexta-feira, durante reunião do diretório nacional do partido.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma negocia um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Palocci disse que Lula e o empresário Emílio Odebrecht, dono da Odebrecht, firmaram um “pacto de sangue” após a saída do petista da Presidência da República. Disse também que o empresário fez um caixa de R$ 300 milhões para Lula e o PT e entre a propina ao ex-presidente estavam no acordo o sítio de Atibaia, um terreno para o Instituto Lula e a remuneração por palestras.
Na quarta (13) Lula prestou depoimento ao juiz Sergio Moro e disse que Palocci é “calculista, frio e simulador” e negou que tenha feito qualquer tipo de acerto ilícito com a empreiteira Odebrecht.
“Conheço o Palocci bem. Se ele não fosse um ser humano, ele seria um simulador. Ele é tão esperto que é capaz de simular uma mentira mais verdadeira que a verdade. O Palocci é médico, é calculista, é frio.”
Tanto Lula quanto Palocci depuseram na ação em que o ex-presidente é acusado de se beneficiar de vantagens indevidas pagas pela empreiteira Odebrecht -incluindo a compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, e cuja negociação teria sido intermediada por Palocci.
A revista “Veja” deste final de semana afirmou que na delação premiada de Palocci o ex-ministro afirma que fez entregas de dinheiro vivo ao ex-presidente Lula em pelo menos cinco ocasiões.
O dinheiro teria sido entregue pessoalmente por Palocci a Lula, em pacotes de R$ 30 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil.
A informação, revelada pela revista “Veja”, e confirmada pela reportagem.
O relato sobre as entregas a Lula está nos anexos do acordo -uma espécie de sumário do que o delator irá contar, caso o acordo seja fechado. Não há prazo para o compromisso ser fechado nem certeza se a informação será mantida na versão final do acordo.
As quantias entregues a Lula eram destinadas a despesas pessoais do ex-presidente, segundo o relato do ex-ministro.
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