A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou nesta quinta-feira (2) uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo investigações sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Padilha pediu licença do cargo para passar por uma cirurgia na quinta (23), mesmo dia em que seu nome foi implicado na Lava Jato pelo advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. Yunes afirmou ter recebido a pedido de Padilha um “pacote” em 2014 entregue por Lúcio Funaro, operador ligado ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A versão coincide com trechos da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, de que Padilha orientou entregar a Yunes parte de R$ 10 milhões negociados entre a empreiteira e Temer para a eleição de 2014.
“Face os relevantes indícios aduzidos, vimos requerer a esse eminente órgão que dê prosseguimento à investigação, com a necessária celeridade, para que se apure eventuais irregularidades cometidas, pelo representado [Eliseu Padilha], no supracitado fato, com a adoção das medidas legais pertinentes”, diz o documento.
O texto menciona ainda reportagens afirmando que o procurador-geral, Rodrigo Janot, iria pedir a abertura de um inquérito para investigar Padilha.
O documento é assinado pelos deputados Glauber Braga (RJ), Chico Alencar (RJ), Edmilson Rodrigues (PA), Ivan Valente (SP), Jean Wyllys (RJ) e Luiza Erundina (SP).
Depoimentos
Em sua delação, Melo Filho afirmou que Temer pediu a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as eleições de 2014 em um jantar do qual Padilha também participou.
Ainda de acordo com a delação, a empreiteira fechou o pagamento de R$ 10 milhões ao partido, sendo que R$ 4 milhões ficariam sob responsabilidade de Padilha e os outros R$ 6 milhões seriam destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo.
Em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Odebrecht confirmou que jantou com Temer e discutiu uma contribuição da empreiteira, mas não acertou valores. (Folhapress)
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