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A recuperação da capacidade do Estado de fazer investimento é o eixo central do programa econômico do PSOL e os recursos para isso viriam de uma reforma tributária e da revisão de alguns subsídios, afirmou nesta terça-feira (7) Marco Antônio Rocha, um dos formuladores do programa econômico de Guilherme Boulos à presidência.
Rocha defendeu uma redução do imposto cobrado das empresas (IRPJ) e a simplificação dos tributos sobre o consumo.
Ao mesmo tempo, propõe alíquotas superiores aos atuais 27,5% do imposto de renda para a pessoa física, além da elevação da carga sobre o patrimônio e uma revisão de gastos tributários. O programa, no entanto, exclui mexer na Zona Franca de Manaus e no Simples.
Combinadas, as medidas economizariam cerca de 2 pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto).
O PSOL propõe ainda fim à política de privatização de estatais e revisão dos leilões do setor de petróleo; recuperação do papel do BNDES, suspensão da venda de coligadas da Eletrobrás e uso do Banco do Brasil e da Caixa para redução do spread bancário e da dívida do setor privado.
As negociações entre a americana Boing e a Embraer foram consideradas “crimes de lesa pátria” pelo economista, que prometeu suspensão imediata das tratativas.
Rocha, que também é economista da Unicamp, não se comprometeu com uma reforma da Previdência- que não resolveria o problema fiscal de curto prazo- e disse que, se eleito, Boulos deve acabar com o teto de gastos e rever a reforma trabalhista, que considera “desastrosa”.
O déficit fiscal, afirmou, seria reduzido com a retomada do crescimento econômico. “O foco inicial não é reduzir a dívida pública, mas recuperar o emprego e a renda”, disse, em evento organizado pela FGV e pelo grupo O Estado de São Paulo
Rocha defendeu ainda a intervenção no mercado de câmbio, metas de inflação que excluam preços muito voláteis, como os administrados, e um Banco Central com duplo mandato: inflação e desemprego.
O PSOL, no entanto, é contra o uso das reservas internacionais para investimentos, pois considera o volume importante como um colchão de segurança na transição.
Embora considere a política de preços de combustíveis tocada pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente “desastrosa”, Rocha admitiu que é preciso zelar pelo equilíbrio financeiro da empresa no longo prazo.
Quanto ao subsídio dado ao diesel, disse que seria preciso uma transição lenta para a retirada do benéficio porque “não interessaria subsidiar combustível fóssil”.
(FOLHA PRESS)
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