14 de agosto de 2024
Cidades

Psicólogo afirma que reduzir maioridade penal não é garantia de queda de criminalidade

A redução da maioridade penal, assunto polêmico na atual sociedade. Em debate realizado na Fundação Ulysses Guimarães, o psicólogo Shouzo Abe, avaliou que o centro da questão são os valores morais ausentes nas famílias, uma diminuição das relações interpessoais. Para o especialista diminuir a idade penal de adolescentes, não significa que ocorrerá queda nos índices de criminalidade.

Padrões alterados         

O psicólogo Shouzo Abe avaliou que os padrões da sociedade mudaram. Em gerações anteriores era maior o grau de relações interpessoais. Hoje diminuiu. Foram trazidos exemplos como um pai que ensinava o filho a pedir benção ou a dar prioridade aos mais velhos, chamando-o de senhor, senhora. Práticas como estas poderiam estimular o respeito ao próximo, e que não ocorresse uma transferência de responsabilidade para as escolas “educarem” os filhos.

Não temos mais tempo de relacionarmos e não ensinamos os nossos filhos a relacionar. Hoje não conhecemos mais os nossos vizinhos. Não sabemos e não queremos saber. Não temos tempo de saber da vida do outro. As relações interpessoais vão ficando secundárias. Se não quero saber do outro como vou viver em comunidade?”, indaga o psicólogo.

Criminalidade entre menores

Para Shouzo Abe tanto as pessoas que são a favor da maioridade penal, quanto aquelas que são contra têm o mesmo objetivo: obter maior segurança, diminuir a criminalidade.

Ele defende que o debate deveria ser redução de criminalidade e não redução de maioridade, pois o menor poderia passar um período na cadeia e não haveria a garantia de que poderia sair ressocializado.

A lei serve para limitar nossas atuações. Ela serve para dizer onde posso ou não posso ir. Se eu ultrapassar este limite posso ter consequências. As pessoas que estão no mundo no crime provavelmente não aprenderam a respeitar limites. E quanto a lei vem propondo um limite, os criminosos não tem medo e enfrentam estes limitares. Pensar que lei reduz criminalidade, não reduz” ,ressalta.

A presidente estadual da Fundação Ulysses Guimarães, Iris de Araújo, é contra a redução a maioridade penal. Ela analisa que tudo passa pela educação básica.

Em casa precisamos dar condição favorável para uma criança que pode crescer ser um presidente, mas  que também pode se tornar um marginal”, destaca a presidente da Fundação Ulysses Guimarães.

De acordo com Iris de Araújo, a intenção é ampliar o debate sobre o tema, com a previsão de realizar novas palestras.


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