Cinco dias depois de suspender a consulta a filiados por problemas técnicos, o PSDB vai retomar suas prévias presidenciais a partir deste sábado, 27, das 8h às 17h. A ideia é concluir a votação no próprio sábado, com o anúncio do candidato escolhido até as 20h. Participam da disputa o governador de São Paulo, João Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio
A empresa Beevoter foi aprovada nos testes de estresse feitos pelo PSDB para fornecer o aplicativo de votação. Os postulantes à vaga de candidato tucano ao Planalto em 2022 já reiniciaram imediatamente sua corrida pelo apoio dos eleitores da legenda. “Há um absoluto consenso técnico entre o partido e as campanhas referendando a solução técnica encontrada hoje”, disse Bruno Araújo, presidente do partido.
As prévias do PSDB foram interrompidas ainda na manhã de domingo, 21, por causa de um problema no aplicativo de votação fornecido pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs). Desde então, a cúpula do PSDB vem testando empresas para substituí-las, mas ainda não tinha conseguido alguém que passasse pelas normas de segurança consideradas ideais ou, pelo menos, bem próximas disso, para retomar a votação.
Com isso, a disputa interna tucana acabou se tornando mais acirrada ainda, especialmente pela disputa entre os dois principais candidatos, Doria e Leite. Os dois trocaram críticas pesadas, com o gaúcho levantando a hipótese do adversário estar fazendo pressões indevidas para conseguir votos, e recebendo como troco a acusação de ser manipulado pelo deputado federal Aécio Neves (MG) e ser contra a candidatura presidencial tucana
No meio desse clima, os tucanos ainda vão lidar com uma investigação da Polícia Federal sobre a possibilidade de as falhas registradas nas prévias terem sido causadas por um ataque hacker. Em nota oficial, a Faurgs disse considerar “muito plausível” essa hipótese.
Há um consenso no partido que a escolha do candidato dificilmente vai pacificar o PSDB. Com a disputa cada vez mais calorosa, o vencedor terá dificuldades de trazer o derrotado e seus aliados para uma campanha nacional unificada.
Por Marcelo de Moraes, Estadão Conteúdo
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