20 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:12

PSDB reclama de manutenção dos direitos políticos de Dilma e questiona aliança com PMDB

O PMDB, partido do presidente Michel Temer, foi fundamental para a manutenção dos direitos políticos da ex-presidente da República, Dilma Rousseff. A votação, feita separadamente à cassação do mandato, abriu uma crise dentro da base aliada. Integrantes do PSDB e do DEM, inclusive o senador goiano Ronaldo Caiado, questionaram a continuidade da aliança.

Dos 19 senadores pemedebistas, foram 10 ajudaram a rejeitar a inabilitação petista para cargos públicos e perda de direitos políticos. Vale ressaltar que oito haviam votado pelo impeachment. O presidente do Senado, Renan Calheiros é acusado de ter articulado em favor de Dilma.

O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR) afirmou que não houve um “acordão”. “Renan [presidente do Senado, que se posicionou publicamente contra a inelegibilidade] não fala pelo partido”, disse. Segundo Jucá, o presidente do Senado manifestou uma posição pessoal. “Cada senador julgou com sua consciência”, destacou.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma Rousseff nas eleições de 2014, destacou que se sentiu surpreso com a decisão de “senadores do PMDB” de votar contra a inabilitação da ex-presidente Dilma. Ele argumentou que “causa preocupação” a postura de senadores do PMDB. “O país não comporta ambiguidades”.

Questionamentos sobre aliança

Aécio avaliou que é preciso saber se os senadores estão comprometidos com novo projeto e com as reformas necessárias ao país, mas ressaltou que a postura dos que votaram contra a inabilitação “não dá segurança sobre a parceria no futuro”.

Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que houve, sim, um “acordão” entre PMDB e PT para não cassar os direitos políticos da ex-presidente. A decisão dos senadores pemedebistas que votaram contra a perda de direitos políticos de Dilma, segundo Caiado, “surpreendeu”. De acordo com ele, a decisão foi “inadmissível”.

Votaram pelo impeachment e contra a perda de direitos políticos:

Acir Gurgacz (PDT-RO)

Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)

Cidinho Santos (PR-MT)

Cristovam Buarque (PPS-DF)

Edison Lobão (PMDB-MA)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Hélio José (PMDB-DF)

Jader Barbalho (PMDB-PA)

João Alberto Souza (PMDB-MA)

Raimundo Lira (PMDB-PB)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Roberto Rocha (PSB-MA)

Rose de Freitas (PMDB-ES)

Telmário Mota (PDT-RR)

Vicentinho Alves (PR-TO)

Wellington Fagundes (PR-MT)

Abstiveram-se de votar:

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Valdir Raupp (PMDB-RO)


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