O PSDB deve excluir de seu estatuto a possibilidade de seus integrantes concorrerem à reeleição de cargos dentro do partido.
A proposta foi apresentada em reunião realizada nesta quinta-feira (30) pelo coordenador jurídico da legenda, deputado Carlos Sampaio (SP).
O assunto será debatido internamente nas próximas semanas e deve ser implementado pela nova executiva da legenda, que será eleita no dia 9 de dezembro.
Se o texto for aprovado, o PSDB acabará com uma tradição antiga, de que os seus presidentes eram reconduzidos ao cargo por mais de um mandato, como é o caso de Sérgio Guerra, que ficou à frente do partido entre 2007 e 2013.
A proposta discutida em reunião desta quinta também prevê que a gestão orçamentária passe das mãos do presidente para a executiva.
Assim, a repartição do “fundão” eleitoral, que deve ser alvo de grande disputa interna, ficaria a cargo do colegiado. Isso terá impacto direto nas eleições de 2018, quando o PSDB terá de decidir quais regras adotará para dividir o dinheiro público entre seus candidatos aos cargos do Executivo e do Legislativo.
A medida tiraria das mãos do governador Geraldo Alckmin (SP) a distribuição dos recursos. O tucano deve assumir o comando do partido no próximo dia 9 e é também o favorito da legenda para concorrer à presidência da República em 2018.
Entre as propostas apresentadas por Sampaio está ainda a criação de um mecanismo de compliance -conjunto de práticas usadas por empresas com o objetivo de dar transparência e maior controle interno.
O texto traz a previsão de um oficial de compliance, cargo que não poderá ser ocupado por nenhum filiado ao partido e nem de seus familiares.
Desembarque
Ao fim do encontro, tucanos evitaram falar sobre a saída do PSDB do governo de Michel Temer. Alckmin deve se reunir com o peemedebista no sábado (2) para debater o assunto.
Ocupante de três pastas da Esplanada, o partido deve ficar apenas com Relações Exteriores, atualmente com Aloysio Nunes. Ele deve permanecer como ministro sob a justificativa de ser uma indicação pessoal de Temer.
Já Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos) devem deixar os cargos até o dia 9. (Folhapress)
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