19 de novembro de 2024
Política

PSDB busca consenso entre pré-candidatos à Prefeitura de Goiânia até fevereiro

Inauguração do Hugol aconteceu nesta segunda-feira (6). (Foto: TVDG)
Inauguração do Hugol aconteceu nesta segunda-feira (6). (Foto: TVDG)

O presidente do Diretório do PSDB de Goiânia, Rafael Lousa, disse, em entrevista ao jornalista Altair Tavares, que o partido estipulou o prazo de 90 dias para que os pré-candidatos à Prefeitura de Goiânia entrem em consenso e escolham o nome que irá disputar as eleições em 2016. Caso isso não aconteça, o Diretório já aprovou a realização de prévias.

“Os pré-candidatos que se colocam à disposição do partido e da sociedade goianiense para pleitear essa candidatura pelo PSDB já tiveram e têm um prazo para entrar em consenso. Esse prazo foi estabelecido para o início de fevereiro. Nós, primeiro, aprovamos em reunião do Diretório a possibilidade de realização de prévias para a escolha do nosso candidato e elas se iniciariam em fevereiro”, explicou Rafael Lousa.

Ainda de acordo com o presidente, todos os pré-candidatos apresentaram argumentos para que pudessem ser escolhidos, como já ter sido vereador em Goiânia ou candidato à Prefeitura. No entanto, essa escolha poderá, em último caso, ser feita por voto direto de todos os filiados do PSDB Municipal, que são aproximadamente dez mil.

“Nós defendemos a união da base em torno de uma candidatura, e a base apresentar essa candidatura para Goiânia. Nós queremos dar condições para que o candidato do PSDB também tenha tempo de articular esses apoios dentro da base. Nós teremos uma campanha totalmente diferente, bem menor. Então, a pré-campanha será fundamental”, ressaltou.

Leia a entrevista na íntegra:

Altair Tavares: O debate deste segundo semestre, desde quando o senhor tomou posse, é se o PSDB vai seguir critérios, como vai escolher candidatos. De certa forma, o debate ficou mais na conversa e menos nas ações ou vice-versa?

Rafael Lousa: Acredito que ao contrário. Acredito que as ações estão sendo realizadas e, logicamente, nós dependemos das reações, vamos dizer, dos nossos pré-candidatos. O que está já referendado pelo nosso Diretório é que o PSDB terá candidato a prefeito de Goiânia. Essa é uma questão que já está aprovada pelo Diretório. Outra questão que está aprovada pelo Diretório é que os pré-candidatos que se colocam à disposição do partido e da sociedade goioaniense para pleitear essa candidatura pelo PSDB, já tiveram e têm um prazo para acordar um consenso. Esse prazo, em nossa última reunião do Diretório Municipal, foi estabelecido em início de fevereiro. Porque nós primeiro aprovamos na reunião do Diretório a possibilidade de realização de prévias para a escolha do nosso candidato e elas se iniciariam em fevereiro. Então, nós temos aqui 90 dias para que os quatro pré-candidatos possam acordar, vamos dizer, se terão ou não consenso em relação ao nome do PSDB. Não havendo um consenso, já está aprovada a realização de prévias. Elas se iniciam em fevereiro, indo até maio. Então, até maio o PSDB decide o seu nome. Porque a escolha desses prazos? Primeiro: definição desse período de 10 de novembro até 10 de fevereiro, dá 90 dias para que eles possam conversar, e as conversas já começaram.

Altair Tavares: Os candidatos têm dificuldades de conversar entre si, porque são opositores. Isso é tão simples assim?

Rafael Lousa: Eu disse dentro do próprio partido. Já iniciaram essas conversas, na verdade, e o Diretório tem estimulado isso, o Executivo, eu pessoalmente. Nós teremos algumas conversas com esses pré-candidatos juntos. Já tivemos conversas individuais, buscamos critérios que cada um deles entendia como os mais razoáveis para a escolha dos candidatos e, logicamente, cada um tem o seu critério. Houve algumas coincidências de critério.

Altair Tavares: O que apareceu?

Rafael Lousa: Pesquisa, ou qualitativa ou quantitativa, o fato de já estar em uma chamada fila de preferência, o fato de já ter sido candidato, ter sido vereador. São critérios distintos. A capacidade de aglutinação da base. Então, todos esses critérios também serviram de referência para definição das prévias. Eu estava explicando: os prazos são estabelecidos em que sentido? Porque definir até maio se as convenções são só em agosto? Para que o candidato escolhido tenha também 75 dias para conversar com o restante dos pré-candidatos da base. Nós defendemos a união da base em torno de uma candidatura, e a base apresentar essa candidatura para Goiânia. Nós queremos dar condições para que o candidato do PSDB também tenha tempo de articular esses apoios dentro da base. Nós teremos uma campanha totalmente diferente, bem menor. Então, a pré-campanha será fundamental. E, em relação às prévias, os pré-candidatos serão estimulados a uma conversa para que tente chegar a um consenso. Não havendo, já está aprovada a realização da prévias. Elas serão realizadas por zonal, temos dez zonais. Cada prévia será em uma zonal, antecedendo em cada prévia um debate dos pré-candidatos participantes. Para aqueles que, por eventualidade, não chegarem a um consenso e tiverem disposição de ter essa pesquisa direta – acho que não há pesquisa melhor do que consulta direta à base, ao grupo de filiados, que são mais de dez mil em Goiânia – que é bem representativa da própria população. A realização das prévias, em si, já é uma consulta da população. Nós teremos debate, teremos um momento em que os candidatos terão essa proximidade maior para colher sugestões, estruturar melhor os seus projetos para Goiânia e ouvir a população. Isso é fundamental para o partido, acho que é um exercício de democracia, de transparência e é um paradigma que temos que quebrar, isso nunca foi realizado, acho que serve de exemplo para outras cidades, para outros estados, inclusive para outras escolhas que o partido venha a fazer no futuro. Eu cito um exemplo dos Estados Unidos, se não houvesse prévias, será que o candidato Barack Obama teria alguma chance de ser escolhido candidato à presidência pelos Democratas em 2008? Então, é uma oportunidade também de democratizar essa escolha e não há nada melhor do que ouvir e permitir a participação dos filiados nesse processo. Acho que é justo com o partido, engrandece e fortalece a nossa democracia interna. Não vejo um método mais transparente do que o voto direto, depositado na urna. 


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