Aliados em 2018, Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro podem estar em palanques diferentes nas eleições de 2022. Porém, para o PSC, o ideal seria que a aliança se repetisse também no ano que vem, apesar do desgaste acumulado entre governador e presidente.
Em entrevista concedida ao jornalista Domingos Ketelbey, do Diário de Goiás, nesta segunda-feira (08/11) (assista na íntegra mais abaixo) o deputado federal Glaustin da Fokus, uma das principais lideranças da legenda no Estado diz que este cenário seria o dos sonhos para o partido, que faz parte das bases de ambos os governos.
“Caiado ainda não se posicionou se tem uma outra frente à presidência da República. Respeito o comando nacional. O PSC está com o presidente, votamos com ele. Esse desconforto que pode existir entre Bolsonaro e Caiado, entendo que há muita água para passar debaixo da ponte. Se o governador e o presidente entenderem que têm que dar um passo um atrás, para mim e para o PSC seria o melhor desenho para construir um Goiás melhor”, apontou.
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Apesar do desejo de renovação da aliança, Glaustin entende também que os últimos movimentos indicam que Caiado pode não apoiar o presidente. Bolsonaro também trabalha com a hipótese de lançar um candidato bolsonarista para o governo do estado. “Vou respeitar a decisão do governo do estado, caso ande com outra via presidencial”, garantiu o deputado.
Assista a entrevista na íntegra abaixo (a matéria continua depois do vídeo):
PSC deve apoiar Caiado
De acordo com Glaustin, o partido tende a seguir ao lado de Caiado em Goiás, independente do apoio do governador a Bolsonaro. O parlamentar faz elogios ao democrata e lembra que a legenda já caminha com o governo desde as últimas eleições.
“O PSC está muito alinhado hoje com o governo do estado. Participamos de eleições municipais juntos e quero participar dessa juntos também. Caiado está conduzindo o estado muito bem. O PSC acredita na gestão dele. Nossa crença é que ele possa seguir no governo depois das próximas eleições”, destaca.
Alternativas bolsonaristas
Glaustin não vê hoje grandes nomes consolidados, mas admite já ter ouvido do colega, deputado federal Vitor Hugo, do desejo de se candidatar ao Palácio das Esmeraldas. “Vitor Hugo tem vontade grande. Ele trabalha para construir uma candidatura. Não sei até que ponto isso é sustentável. Mas eu já o ouvi falar que tem vontade de construir um projeto desse, no qual Bolsonaro o apoiaria para construir um projeto de governo”, afirma.
O nome mais forte nos bastidores para uma eventual candidatura bolsonarista em Goiás, hoje, seria de Vitor Hugo. Em entrevistas públicas, o deputado não nega e diz que está “à disposição do presidente”.
Luiz do Carmo e chapa para o Congresso
Nos bastidores, fala-se que o PSC pode ser a casa do senador Luiz do Carmo, hoje no MDB. Depois que o partido, presidido por Daniel Vilela em Goiás, compôs chapa com Caiado, ele teme perder espaço na chapa majoritária, uma vez que Vilela já foi indicado como vice. Por isso, uma troca de sigla é dada como certa.
Apesar dos elogios, Glaustin não banca a filiação do colega congressista. O deputado orienta o senador a manter as esperanças de ser lançado pelo base do governo.
“É um senador espetacular. É claro que está buscando o espaço dele. A promessa que há para ele é: trabalhe, trabalhe e trabalhe. Entendo que lá na frente se discute isso. É claro que ele está tentando se encaixar em algum projeto. Nossa vontade é que se encaixe no projeto do governo. Caiado ainda não apalavrou-se com ninguém. Será quem estiver melhor”.
Glaustin também ressalta que já se empenha na formação de uma chapa competitiva em busca de mais cadeiras para o PSC na Câmara dos Deputados.
“Tenho trabalhado muito para que o PSC se fortaleça no estado. Tínhamos no máximo sete vereadores. São 101. Nunca teve mais de dois, Fizemos sete. É um projeto embrionário. Vou trabalhar incansavelmente para que o PSC participe de plataformas para discutir estados e o Brasil. Vamos trabalhar incansavelmente para construir nossa chapa de deputados federais.”
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