A movimentação do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) para vitaminar uma candidatura do deputado estadual Daniel Vilela (PMDB) a governo do estado enfrenta barreiras dentro do partido. O reporter do jornal tribuna do Planalto revela que grupos dentro do PMDB estão utilizando a proximidade entre o prefeito de Aparecida e o Governo do estado. Essa proximidade teve inicio quando o tucano assumiu o cargo de governador do Estado. A justificativa do prefeito de Aparecida é que há um republicanismo de ambas as partes.
Maguito: perto do Palácio, longe de aliados
Prefeito de Aparecida de Goiânia ainda tem grupo influente dentro do PMDB, mas aproximação com governador diminui seu prestígio interno
Gondim – Repórter de Política
Envolvido na discussão sobre nomes para concorrer ao governo em 2014, o PMDB vê o grupo do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, se movimentar nessa direção. Ex-governador de Goiás e ex-senador, o peemedebista lidera a ala, cuja intenção é preparar o filho, o deputado estadual Daniel Vilela, para disputar o cargo já no ano que vem ou em um futuro próximo. O problema é que, internamente, há peemedebistas que “torcem o nariz” para a relação próxima de Maguito com o governador Marconi Perillo (PSDB).
A aproximação de Magui¬to com Marconi começou a ocorrer quando o tucano assumiu o cargo de governador do Estado. A justificativa do prefeito de Aparecida é que há um republicanismo de ambas as partes. Isso, porém, é questionado pelos peemedebistas, argumentando que, mesmo com o tratamento cordial, Perillo não tem feito muito pelo município.
Outro problema que Maguito enfrenta é um suposto afastamento dele em relação ao ex-prefeito de Goiânia e ex-governador, Iris Rezende. Vilela foi vice de Iris no governo entre 1991 e 1994 e, desde então, ambos mantêm um bom relacionamento. Atualmente, porém, há quem insinue que a aproximação do prefeito aparecidense com o governador tucano teria motivado o distanciamento entre os dois.
Apesar das críticas que recebe, Maguito ainda tem influência no partido. O futuro do projeto político do grupo não passa mais pelo prefeito de Aparecida, que descarta voltar a ser candidato ao governo. A grande aposta para o governo é mesmo Daniel Vilela. Para isso, porém, as arestas terão que ser aparadas em busca da viabilidade.
Prestígio
Atualmente, o grupo ‘maguitista’ tem, além da prefeitura de Aparecida, o comando de Humberto Machado (PMDB) no Paço Municipal de Jataí. Na Câmara dos Deputados, o sobrinho de Maguito, Leandro Vilela (PMDB), está no terceiro mandato consecutivo. Na Assembleia, Daniel Vilela é um dos líderes da chamada “ala jovem” do PMDB.
O prestígio do prefeito aparecidense começou a ser construído quando Maguito foi governador de Goiás, de janeiro de 1995 até maio de 1998, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado. Eleito, foi senador até 2006. Com dois cargos importantes em sequência, ele conquistou espaço importante dentro do PMDB. Nos anos 2000, por exemplo, ele foi o nome peemedebista a disputar as eleições estaduais (2002 e 2006). Nas duas ocasiões, porém, foi derrotado por Marconi Perillo (PSDB) e Alcides Rodrigues (PP), respectivamente.
As derrotas para o Palácio das Esmeraldas abalaram um pouco o prestígio de Maguito, mas, ainda assim, seu grupo manteve força interna no PMDB. Ainda hoje ainda há um grupo de seguidores fieis do prefeito. Dois nomes que fazem parte da atual administração acompanham Maguito sempre. O secretário de Governo e Integração Institucional de Aparecida, Euler de Morais, e o secretário de Saúde do município, Paulo Rassi, são aliados históricos do comandante aparecidense.
Uma avaliação que pode ser feita é que há quem considere que Maguito se aproximou “excessivamente” do governador. Sempre que Perillo vai até Aparecida, o prefeito peemedebista é visto ao lado do tucano. No fim de fevereiro, Marconi esteve no município para inaugurar uma estação de tratamento de água. Dias antes, os dois já haviam estado juntos na inauguração de 34 novos leitos no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa).
A aproximação incomoda peemedebistas mais tradicionais, que queriam uma postura mais combativa de Maguito. Na avaliação de pessoas do partido, o tratamento dispensado pelo prefeito ao governador é maior do que a atenção recebida. Além disso, a suposta aproximação respinga até em Daniel Vilela, que já foi interpelado na tribuna da Assembleia sobre as críticas que tece ao governador já que, ao mesmo tempo, o pai está constantemente ao lado do líder tucano.
Até a relação entre Maguito e Iris teria sido abalada por isso. O ex-prefeito de Goiânia teve papel importante no crescimento de Vilela no PMDB. Em 1991, o convidou para ser vice na chapa vitoriosa ao governo. Quatro anos depois, deu o aval para que o prefeito fosse seu sucessor ao Palácio das Esmeraldas.
Agora, porém, o relacionamento teria esfriado. Tudo isso gerou até especulações de que Maguito estaria de saída do partido. “Ele teve outras oportunidades para sair. Em 1998, no melhor momento da vida política dele, ele teve inúmeros convites do PPS para se filiar, mas não quis deixar o PMDB. Não vai ser agora que ele vai sair, porque ele respeita os 30 anos de partido que ele tem”, garante uma pessoa próxima ao prefeito.
Os problemas internos, porém, não são suficientes para atrapalhar a administração de Maguito. O peemedebista, por exemplo, tem boa relação com pessoas ligadas ao governo federal. O subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Olavo Noleto (PT), é próximo do prefeito e ajuda na obtenção de recursos junto à administração da presidente Dilma Rousseff (PT).
Além dele, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também tem bom relacionamento com o peemedebista. Durante a eleição municipal de 2012, o petista esteve em Aparecida duas vezes e chegou a gravar participação no programa eleitoral de Maguito. “Aparecida de Goiânia tem a Presidenta Dilma como eterna parceira para enfrentar todos os problemas da cidade”, disse Padilha, em comício realizado no município.
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