21 de dezembro de 2024
Mundo

Protestos contra o racismo se espalham pelos EUA, ganham o mundo e solidariedade de policiais

Guarda Nacional dos EUA atua em protesto na Carolina do Norte. (Foto: Hannah Tarkelly, 382ª Divisão de Assuntos Públicos)
Guarda Nacional dos EUA atua em protesto na Carolina do Norte. (Foto: Hannah Tarkelly, 382ª Divisão de Assuntos Públicos)

Os Estados Unidos viveram neste domingo (31) a sexta noite de protestos contra o racismo e a violência policial contra negros. As manifestações foram desencadeadas pela morte do segurança George Floyd. Ele faleceu no dia 25 de maio, após o policial Derek Chauvin se ajoelhar sobre seu pescoço por quase nove minutos, em Minneapolis, no estado de Minnesota.

As manifestações mais massivas foram em Nova York e em Washington, onde manifestantes se aglomeraram perto da Casa Branca. De acordo com a agência Associated Press, houve 4.400 prisões por delitos como roubo, furtos, bloqueio de vias públicas ou infringir o toque de recolher, adotado em dezenas de cidades americanas.

Na capital, policiais tiveram que intervir jogando bombas de gás em manifestantes que incendiaram carros e estilhaçaram vidraças de monumentos importantes de Washington. A Casa Branca apagou as luzes exteriores, a partir do toque de recolher das 23h, o que não fez com que o protesto terminasse.

Em Louisville, no Kentucky, a WLKY-TV, filiada local da rede CBS, noticiou que um homem foi morto a tiros pela polícia na manhã desta segunda-feira. Não ficou claro se ele estava protestando. A polícia disse que foi alvo de tiros antes do incidente, segundo a emissora.

Houve registros de protestos com grande adesão também em Cleveland, Dallas, Los Angeles, Chicago, Seattle e Salt Lake City. A Guarda Nacional mobilizou soldados em 15 estados e no Distrito de Colúmbia.

Neste domingo (31), também houve manifestações em vários países ao redor do globo. Os principais foram em Londres e Berlim. No Canadá, foram registrados protestos nas principais cidades, como Toronto, Vancouver e Montreal. No Brasil, também houve uma pequena mobilização no Rio de Janeiro.

Policiais se solidarizam

Os protestos nos EUA ganharam a solidariedade de policiais. Em várias cidades, eles se ajoelharam, após pedido dos manifestantes, demonstrando respeito ao movimento. A atitude dos policiais tem gerado aplausos e agradecimentos dos grupos. Houve registros dessa ação em locais como Nova York, Oregon, Michigan, Iowa, Virginia e Kentucky.

Trump culpa grupo antifascista e pede resposta dura

O presidente Donald Trump e o procurador-geral William Barr disseram que o movimento de extrema esquerda Antifa é o culpado pelas manifestações que terminaram com agressões.

Abreviação de anti-fascistas, antifa é um termo genérico para grupos militantes de extrema esquerda que resistem a neonazistas e supremacistas brancos em manifestações.

Barr disse no domingo que o FBI usaria suas forças-tarefa regionais conjuntas de terrorismo para “identificar organizadores criminais”, e Trump ameaçou novamente nomear o antifa como um grupo terrorista.

Trump também pediu aos governadores que endureçam a reação aos protestos. Segundo ele, quem não prendesse os manifestantes se “passaria por idiota”, conforme o jornal The New York Times.

“Vocês têm que dominar”, disse o presidente durante a conferência. “Se vocês não dominarem, estarão perdendo tempo. Eles vão atropelar vocês, vocês parecerão um bando de idiotas.”


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