23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:48

Protesto de servidores no Rio tem confronto com a polícia

Protesto de servidores do Rio de Janeiro. (Foto: José Lucena/Futura Press/Folhapress)
Protesto de servidores do Rio de Janeiro. (Foto: José Lucena/Futura Press/Folhapress)

Manifestantes contrários à privatização da empresa de saneamento Cedae entraram em confronto com a polícia na tarde desta quinta-feira (9) em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Dentro do edifício, deputados de oposição manobram para atrasar o início das discussões do projeto de lei sobre o tema, que estava agendado para às 15h, mas foi adiado para sessão extraordinária às 19h.

O conflito começou por volta das 15h30. Manifestantes lançaram fogos em direção à polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

Tiros de bala de borracha e jatos d’água foram utilizados pelas forças de segurança para dispersar a manifestação.

O início do conflito ocorreu na frente da Alerj. À medida em que a PM dispersava o protesto, os servidores se dirigiram para a avenida Rio Branco, a principal do centro do Rio.

O trânsito foi totalmente interrompido e as lojas fecharam as portas. O VLT parou de circular. Uma loja teve o vidro depredado.

O conflito diminuiu de intensidade por volta das 17h.

Não havia informações de presos até a publicação desta reportagem.

O prédio da Alerj está cercado por grades e protegida por forte aparato policial desde o final de 2015, quando começaram a ser debatidas medidas para enfrentar a crise financeira do estado.

Dentro da Alerj, parlamentares e assessores tiveram que recorrer a máscaras diante do forte cheiro de gás de pimenta.

A oposição chegou a pedir a suspensão dos trabalhos, mas não foi atendida pelo presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB).

A base do governo na Alerj tenta concluir na tarde desta quinta-feira (9) a avaliação de 27 vetos do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) a projetos aprovados na Casa.

A oposição tem alongado seus discursos no intuito de retardar o fim das avaliações, que estão trancando a pauta de votações e impedem o debate sobre a Cedae.

“A privatização da Cedae tem como único objetivo salvar o governo Pezão. Não é para salvar o Rio”, acusou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), alegando que trata-se de uma empresa lucrativa.

“É necessário que se encontre uma solução para o pagamento de salários e a retomada de serviços”, defendeu o deputado Rafael Picciani (PMDB).

O projeto de lei permite ao governo usar as ações da Cedae como garantia para tomar novos empréstimos, no valor de R$ 3,5 bilhões.

A venda da empresa é também uma condição para que o Rio esteja apto a negociar com a União um acordo de recuperação fiscal.

Folhapress

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