Manifestantes foram às ruas de Cabul, capital do Afeganistão, nesta sexta-feira (2) para pedir a renúncia do presidente Mohammad Ashraf Ghani após um atentado que deixou ao menos 90 mortos na quarta (31). O protesto terminou em confronto com a polícia, deixando alguns mortos.
Carregando fotos das vítimas do atentado e cantando palavras de ordem contra o governo, mais de 1.000 manifestantes marcharam pelo centro de Cabul.
“Pedimos que o presidente Mohammad Ashraf Ghani renuncie”, afirmou no protesto Mohammad Anwar, comerciante que disse ter perdido quatro familiares no ataque de quarta.
Conforme a marcha se aproximou do palácio presidencial, policiais responderam com jatos d’água, gás lacrimogêneo e tiros. Manifestantes atiraram pedras.
Autoridades deram informações conflitantes sobre o número de mortos no protesto. O parlamentar Abdul Hafiz Mansur disse que oito pessoas foram mortas por policiais. A polícia, por sua vez, falou em dois mortos. Já os funcionários de um hospital registraram quatro mortes.
O ataque de quarta-feira (31) -na primeira semana do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos- ocorreu por meio da explosão de um caminhão-bomba no distrito diplomático de Cabul, que deixou ao menos 90 mortos e 450 feridos, inclusive estrangeiros.
Nenhum grupo reivindicou a ação. O Estado Islâmico e o Taleban, que mantêm atividades no país, foram autores de ataques recentes.
O atentado, um dos piores da história recente do país, gerou questionamentos sobre a capacidade do governo de garantir a segurança da população.
O atentado também deve ter implicações sobre a política externa dos Estados Unidos. Donald Trump, que assumiu a Presidência prometendo evitar o intervencionismo, pode enfrentar uma inflexão e adotar uma participação mais ativa no combate a extremistas no Afeganistão.
O republicano já havia sinalizado mudanças ao ordenar um ataque com a “mãe de todas as bombas” sobre um refúgio de combatentes do EI no sul do país, há cerca de um mês.
Com tropas no país desde 2001, o governo americano mantém no Afeganistão 8.400 soldados, somados a 5.000 militares de países aliados, com a missão de treinar e assessorar as Forças Armadas afegãs.
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