22 de novembro de 2024
Tecnologia X Jornalismo

Projeto para big techs pagarem veículos de comunicação faz Meta anunciar ameaça; entenda

Proposta está em andamento na Califórnia, EUA, e pede que big techs ajudem a preservar o jornalismo
Apesar do projeto de lei avançar, a Meta disse que pode retirar notícias do Facebook e do Instagram se aprovada. (Foto: reprodução)
Apesar do projeto de lei avançar, a Meta disse que pode retirar notícias do Facebook e do Instagram se aprovada. (Foto: reprodução)

Não é só no Brasil que as big techs estão na mira do governo. Nos Estados Unidos, um projeto de lei quer obrigar as plataformas de tecnologia como Google e Meta (regente do Facebook, Instagram e WhatsApp) a pagarem veículos de comunicação pelo conteúdo fornecido aos seus usuários.

A proposta avançou no Legislativo do estado americano da Califórnia na quinta-feira (1º) e, chamada de Lei da Califórnia de Preservação do Jornalismo, estabelece uma “taxa de uso de jornalismo” que as big techs deverão pagar, se aprovado o projeto.

A taxa que vai para os veículos de mídia é de, ao menos, 70% do arrecadado e tem objetivo de ajudar a investir na criação de empregos no setor de comunicação. A lei, que já foi aprovada na Assembleia e agora segue para o Senado estadual, porém, tem recebido ameaças da Meta.

A big tech, comandada por Mark Zuckerberg, afirmou por meio de um comunicado que se o projeto for aprovado no estado, a empresa “será obrigada a remover as notícias do Facebook e do Instagram, em vez de pagar a um fundo secreto que beneficia principalmente grandes empresas de mídia de fora do estado sob o pretexto de ajudar os publishers da Califórnia”.

Algo parecido já aconteceu no Canadá, quando o Google bloqueou notícias nas páginas de resultados de buscas em fevereiro deste ano. É o que a Meta anunciou que fará.

No Brasil, há o projeto de lei das fake news, que incluía o pagamento por parte das plataformas pelo conteúdo jornalístico utilizado, mas em meio a entraves e forte oposição e lobby das big techs, os deputados retiraram a remuneração do texto em discussão na Câmara, para tentar aprová-lo depois em outro projeto separado.

Voltando aos EUA, vale lembrar que o assunto tem grande peso na Califórnia, por que é neste estado onde ficam as sedes das grandes empresas de tecnologia. Se aprovado no Senado estadual, o projeto seguirá para sanção do governador democrata Gavin Newsom. A proposta, que tem apoio no Legislativo, tem grandes chances de entrar em vigor.


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