Após nova surpresa com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro (1,25%), a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 subiu pela 32ª semana consecutiva, conforme o Relatório Focus. A mediana subiu de 9,33% para 9,77%, cada vez mais próxima dos dois dígitos e distante do teto da meta a ser perseguida pelo BC, de 5,25%. Há um mês, estava em 8,69%.
A estimativa para o índice em 2022 também continuou subindo, de 4,63% para 4,79% – o 17º aumento seguido. A mediana está cada vez mais próxima da banda superior da meta (5,00%), sinalizando alto risco de novo rompimento da meta no ano que vem, Quatro semanas atrás, estava em 4,18%.
Considerando as 68 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o IPCA de 2021 já ultrapassa 10%, variando de 9,46% para 10,10%. Para 2022, foram feitas 67 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa subindo 0,30 ponto porcentual, de 4,60% para 4,90%.
O Relatório também continuou a mostrar sinais de desancoragem em prazos mais longos. A expectativa para o IPCA em 2023 avançou de 3,27% para 3,32%. No caso de 2024, por sua vez, a previsão arrefeceu marginalmente de 3,10% para 3,09%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% e 3,00%, respectivamente.
A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,1% em 2022 e 3,1% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.
O BC deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções sobre o Top 5. Estes dados podem ser consultados no Sistema de Expectativas de Mercado.
(Por Thaís Barcellos/Agência Estadão)
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