22 de dezembro de 2024
Economia

Projeção para IPCA 2022 no cenário referência está em 5,4%, diz ata do Copom

Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília. (Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)
Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília. (Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta terça-feira, 8, indicou que a projeção para o IPCA de 2022 no cenário de referência está em 5,4%. Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,45 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2023, a projeção está em 3,2%.

Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom aumentou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,50 ponto porcentual, para 10,75% ao ano, a oitava alta consecutiva, configurando o processo mais forte de aperto monetário desde 1999. No documento, o BC ainda indicou que “antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”, em relação aos seus próximos passos.

Foi a primeira vez que a projeção do BC indicou novo rompimento da meta de inflação este ano, considerando o teto de 5,0%. Para 2023, está ligeiramente abaixo do centro da meta (3,25%).

Na ata da reunião anterior, em dezembro passado, as projeções de inflação no cenário básico (juros Focus e câmbio PPC) eram de 4,7% para 2022 e 3,2% para 2023.

O BC projeta uma elevação de 6,6% nos preços administrados em 2022, considerando seu cenário de referência. No caso de 2023, a estimativa é de 5,4%. O Banco Central adota ainda a hipótese de bandeira tarifária “vermelha patamar 1” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023, cenário melhor do que em dezembro, quando previa bandeira “vermelha patamar 2”.

Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada. Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido em dezembro, as projeções para os preços administrados indicavam alta de 3,8% para 2022 e 5,2% para 2023.

Inflação ao consumidor

O Copom repetiu hoje, por meio da ata da última reunião, que inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e mais persistente que o antecipado. “A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, ainda refletindo a gradual normalização da atividade no setor”, repetiu o Copom, em avaliação semelhante à feita na reunião de dezembro.

Mais uma vez, o BC reconhece que os resultados mais recentes dos índices de preços vieram acima do esperado. Novamente, a surpresa inflacionária ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como, principalmente, nos mais associados à inflação subjacente. “As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, completou o documento.

Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues, Estadão Conteúdo


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