Cerca de 600 professores e servidores do administrativo com contratos vencidos serão recontratados até março na tentativa de sanar o déficit de profissionais na rede municipal de ensino. A informação foi divulgada pelo secretário de Educação de Goiânia, Rodrigo Caldas, na última terça-feira (30), em entrevista à jornalista Cileide Alves, do POPULAR.
A decisão foi tomada devido à demora do processo seletivo, que só foi publicado no dia 23 de janeiro, um dia depois do início do ano letivo. Porém, professores que aguardam convocação afirmam que já existe um cadastro reserva vigente e a Prefeitura não quer convocar. “Desde setembro de 2022 estamos nessa luta, já vamos completar o segundo ano de edital. Cadê os profissionais que passaram nesse concurso ocupando as vagas?”, questionou Thainara Oliveira, que aguarda convocação.
Durante Audiência Pública para discutir a crise da Educação de Goiânia, realizada pela vereadora Kátia Maria (PT), na última segunda-feira (29), Oliveira explicou que a secretaria de Educação informou que desde 2019 teve um total de 787 pedagogos aposentados e desde então não teve nenhum concurso. “Tem o nosso que está vigente no momento e as convocações da Prefeitura têm sido um número irrisório e vemos esse impacto na falta de profissionais”, afirmou.
A pedagoga também conta que, a partir do momento em que se tem um aposentado, um óbito ou uma exoneração, esse vencimento já está previsto para outro servidor. “No momento, a Prefeitura tem falado do inchaço da folha de pagamento, mas não tinham essa previsão? Quem está recebendo esse dinheiro? Para onde está indo?”, questionou. No fim da audiência, Kátia Maria explicou que encaminhará relatório, com pontos levantados durante o debate, para a SME e para órgãos de controle e fiscalização.
Dentro da legalidade
Em entrevista à rádio CBN Goiânia, o secretário Rodrigo Caldas afirmou que a prorrogação está sendo feita dentro da legalidade. Existe a prerrogativa do pagamento por indenização. Então, esse profissional que a gente autorizou trabalhar 15 dias, 20 dias, 30 dias, ele vai receber naturalmente por indenização”, explicou.
Ele reforçou na entrevista que foi uma decisão corajosa nossa de fazer com que esse profissional continue trabalhando e que o profissional precisa ir na secretaria, apresentar a documentação e assinar um documento para que ele volte para a unidade. “O que não pode é as nossas crianças ficarem sem o profissional por conta de uma questão burocrática de um processo seletivo”, afirmou.
O Diário de Goiás entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para questionar o chamamentos dos professores do cadastro reserva e aguarda retorno.
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