28 de novembro de 2024
Economia

Produção da indústria do Rio cai 44% com greve dos caminhoneiros, diz Firjan

A produção da indústria do Rio caiu, em média, 44% na primeira semana de paralisação dos caminhoneiros, disse nesta segunda (28) a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). A conclusão é de pesquisa que ouviu 318 empresas instaladas no estado e estima perda de R$ 77 milhões desde a última segunda (21).

De acordo com a pesquisa, 91,5% dos entrevistados disse ter sido afetado pela paralisação -60,1% muito afetados e 31,4% pouco afetados. Os setores mais impactados foram minerais não metálicos, moda, alimentos e bebidas e metal-mecânico.

Entre os entrevistados, 16% tiveram a produção totalmente paralisada e 42,5% reduziram a atividade. “O tom dos entrevistados não era de otimismo com relação ao fim da greve”, disse o economista-chefe da Firjan Guilherme Mercês.

Os principais problemas apontados foram atraso ou não recebimento de insumos (citado por 67,6% dos entrevistados), dificuldade ou impossibilidade de escoamento da produção (55,5%), aumento do valor ou falta de combustível para uso como insumo (31,8%) e custos adicionais para deslocamento de funcionários (20,6%).

Na avaliação da entidade, serão necessários ao menos 15 dias para restabelecer a atividade industrial no estado. “Diante da crise, todas as indústrias vinham trabalhando com estoques baixos”, comentou o vice-presidente da Firjan Sergio Duarte.

Impostos

A entidade criticou a solução adotada pelo governo Temer para encerrar a greve, diante da transferência de custos para outros segmentos. “A discussão deveria ter se dado em torno da carga tributária brasileira, que afeta todos os setores e não só o diesel”, disse Mercês.

Para encerrar a greve, Temer reduziu alíquotas de impostos sobre o diesel e livrou o setor de transportes de carga da reoneração da folha de pagamentos, entre outras medidas. “A solução de um problema gerado pela carga tributária não pode ser gerar mais carga tributária”, completou o economista.

Mercês disse que o país vive um momento de “combustão tributária” e teme que o resultado da greve dos caminhoneiros estimule novas paralisações de setores insatisfeitos com os impostos. (Folhapress)

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