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A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a quebra do sigilo telefônico do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e de dois delatores da Odebrecht. A defesa do tucano diz que está tranquila em relação ao pedido assinado pelo vice-procurador-geral Luciano Mariz Maia.
No pedido também foi incluído o nome do atual presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón que foi tesoureiro em campanhas de Perillo. Marconi é alvo de investigação por causa de citações de delatores da Odebrecht sobre suposto repasse de propinas durante campanhas eleitorais. A quebra de sigilo é referente a 2010 e 2014, anos em que Marconi venceu eleições a governador.
O caso tramitava no STJ, mas foi enviado à Justiça Federal de Goiás em abril, após Marconi Perillo deixar o governo em 7 de abril para possivelmente disputara uma candidatura ao Senado. O pedido de quebra de sigilo é anterior ao envio à primeira instância. Desde então, não houve andamento do caso.
Além de Marconi Perillo e Jayme Rincón, a Procuradoria Geral da República ainda pediu a quebra de sigilo telefônico de Fernando Cunha Reis e Alexandre Barradas. Os dois últimos nomes são ex-funcionários da Odebrecht que citaram em suas delações terem repassado R$ 10 milhões a Marconi Perillo, sendo R$ 2 milhões na eleição de 2010 e outros R$ 8 milhões em 2014.
Defesa
Ao jornal O Estado de São Paulo, a defesa jurídica de Marconi Perillo, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse desconhecer qualquer tipo de quebra de sigilo. Ele argumentou que se realmente houver quebra, será positivo para o ex-governador de Goiás.
“Não conheço pedido de quebra de sigilo. Marconi está muito tranquilo em relação a esse inquérito. Se efetivamente for quebrado o sigilo, penso que irá produzir uma prova positiva para o Marconi”, afirmou o advogado do ex-governador, Antônio Carlos de Almeida Castro ao Estadão.
A reportagem procurou Jayme Rincón neste sábado para que ele se manifestasse sobre o assunto, mas não foi encontrado.
Ao Estadão, Jayme Rincón disse que em 2010 foi coordenador financeiro da campanha de Marconi Perillo, mas que em 2014 por ocupar o cargo de presidente da Agetop, não participou diretamente da campanha.
Quanto ao suposto pagamento de propina, Jayme Rincón argumentou que trata-se de uma afirmação leviana e irresponsável. Ele destacou que a concorrência para a sub delegação em serviços de saneamento vencida pela Odebrecht em Goiás foi uma das mais difíceis que participaram.
Rincón alegou que prova disso é que o lance mínimo da licitação era algo em torno de R$ 90 milhões e foram pagos cerca de 240 milhões e o segundo lugar ofertou em torno de R$ 150 milhões.
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