O Procon Estadual já enviou para análise da Polícia Técnico-Científica 83 produtos suspeitos de adulteração ou contaminação por metanol durante a força-tarefa que está sendo realizada em Goiás desde quinta-feira (2). Segundo o superintendente do órgão, Marcos Sene Palmerston, durante a operação foram colhidos 1.087 produtos com algum tipo de irregularidade, tais como falta de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), bebidas com indícios de adulteração, bebidas vencidas, entre outros.
Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, editor-geral do Diário de Goiás, nesta terça (7) ele disse que espera maior participação do MAPA nessas ações (assista ao final) . A manifestação vem um dia depois do anúncio do governo federal na segunda-feira (6) de uma força-tarefa nacional com o mesmo objetivo: identificar e punir a falsificação de bebidas diante do aumento do número de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol.
Uma sala de situação foi instalada e o Ministério da Justiça suspeita de participação do crime organizado na produção e disseminação clandestina dos produtos. Na segunda-feira eram 16 casos contaminados no país, a maioria em São Paulo, e mais de 200 suspeitos nacionalmente, sendo quatro em Goiás, um com protocolo para confirmar morte cerebral.
Quase metade das empresas fiscalizadas foram autuadas nos 5 dias de operação
Dos 1.087 itens apreendidos em Goiás, o superintendente disse que foram escolhidos os 83 enviados para análise pela Polícia Técnico-Científica “para ver se esse produto é adulterado e se tem o metanol dentro dessas bebidas (…) “43% das empresas que nós fiscalizamos foram autuadas, quase a metade”, apontou.
Balanço das secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP-GO) e da Saúde (SES-GO) indica que foram autuados durante a operação 19 estabelecimentos entre os dias 2 e 4 de outubro, em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade.
As autuações, segundo ele, são por violações do Código do Consumidor, principalmente em bebidas adulteradas e bebidas vencidas e bebidas sem o registro MAPA. “Essas empresas foram autuadas, elas vão ter o direito de defesa. Em cima disso, elas poderão levar um processo administrativo, que a tendência é que elas recebam um processo administrativo e serão multadas”, acrescentou.
Ele alertou que, dependendo das investigações da Polícia Civil, essas pessoas podem ser indiciadas, “a empresa pode ser fechada ou até mesmo os seus alvarás cassados”.
Preocupação antiga
O radar do Procon Goiás para a comercialização de bebidas adulteradas não veio apenas durante a onda de contaminação pelo metanol que tem três casos suspeitos no estado. “Para vocês terem uma ideia, em 2024 e 2025, nós já tínhamos apreendido mais de 10 mil litros de bebidas em descaminho, falsificadas, adulteradas”, citou.
Comando com outros produtos, como carnes, de acordo com ele, foram quase 34 toneladas de produtos apreendidos pelo Procon no ano passado. “Agora, com essa questão do metanol, aumenta ainda mais a fiscalização, porque você também entra no risco da morte”, acrescentou.
Reunião com setores envolvidos
Palmerston disse que está organizando uma reunião com os sindicatos de bares, restaurantes e supermercados, para saber o que eles estão também levando para esses associados.
Ele alertou para a responsabilidade de serem adquiridos produtos de origem idônea. “Não compre, porque você pode ser preso, você pode ter o estabelecimento fechado e principalmente você pode matar uma pessoa com a bebida contendo metanol. A orientação é, cuidado onde compra, verificar se aquelas bebidas têm o registro MAPA, verificar a procedência, comprar com nota fiscal, para que você e nossos consumidores estejam sempre a salvo”, orientou.
Leia mais sobre: Bebidas contaminadas / Metanol / Procon Goiás / Saúde pública / Cidades / Notícias do Estado / Saúde

