12 de agosto de 2024
Cidades

Privatização da Celg é alvo de protesto

Trabalhadores, sindicalistas e políticos em frente a Celg (Foto: Samuel Straioto)
Trabalhadores, sindicalistas e políticos em frente a Celg (Foto: Samuel Straioto)

Trabalhadores, sindicalistas e políticos participaram de um protesto em frente a sede da Celg, na rua 2 no Jardim Goiás, contra a privatização da companhia energética. O objetivo da ação realizada nesta terça-feira (15) foi de convencer a população de que a privatização da CELG pode trazer prejuízos . Os manifestantes entendem que além da possibilidade de demissão de trabalhadores, não significa que na prática haverá garantia de uma melhora nos serviços prestados.

Atualmente, 51% das ações da Celg pertencem ao Governo Federal e 49% ao Estado de Goiás. A companhia foi incluída em maio no programa Nacional de desestatização. A Celg será a primeira empresa a ser vendida de um grupo de quatro distribuidoras da Eletrobrás que serão oferecidas ao mercado. Além da companhia goiana também devem ser vendidas: Cepisa (Piauí), Ceal (Alagoas), Ceron (Rondônia) e a Eletroacre (Acre). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social será o gestor da venda.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) não concorda com algumas ações que estão sendo feitas. Ele entende que seria importante a Celg se manter pública por conta de contrapartidas sociais.

“Hoje o governo fala que precisa de caixa, mas está renovando a concessão de mais de 26 distribuidoras que são privadas. Porque não faz licitação? Porque a Celg vai ser a única penalizada para ser vendida? Para depois o povo goiano ficar com prejuízo que é todo o passivo da Celg, já que a venda não será suficiente para pagar, além do mais, amanhã assume uma pessoa que não vai ter nenhum compromisso com as áreas mais carente de Goiás”, argumenta o senador Caiado.

O deputado estadual, José Nelto (PMDB) avalia que a empresa não é deficitária. Ele justifica que um dos motivos é o preço de energia comprado e vendido pela empresa.

“É triste você ver uma empresa do tamanho da Celg que compra energia a 180Kw/h e vende a 280 kw/h e agora com um reajuste, entendo que esta empresa é viável. Realmente é considerada como a galinha dos ovos de ouro. No processo de privatização tem investimentos em energia eólica? Solar? Eu pergunto isso”, destaca o parlamentar.

O integrante do movimento em Defesa da Celg Pública, Wagner Júnior analisa que a um dos problemas de uma eventual privatização é falta de uma contrapartida social. Quanto ao prejuízo para os trabalhadores, ele entende que ainda não é possível medir.

“Não dá pra fazer esta mensuração. O setor privado se comporta de forma diferente, depende da cabeça do dono. Ainda não estamos olhando desta ótica. Nós estamos olhando para o zelo do patrimônio público que a Celg tem uma missão para desenvolver as políticas regionais do estado de Goiás”, afirma o trabalhador.

Durante o ato, servidores e sindicalistas ainda fizeram um abraço simbólico em frente à sede da Celg.

O vice-governador de Goiás, José Eliton Júnior afirma que a discussão precisa ser técnica e não política. Ele questiona que lideranças políticas tiveram a oportunidade de se manifestar antes e isto não foi feito.

José Eliton ressalta que um mecanismo importante que se tem feito é mudança de um dispositivo para que fosse travado o endividamento da empresa, pois parte do passivo estava em dólar.

“Alguns políticos de Goiás se manifestaram contra esta medida. Ora se a desculpa é evitar a privatização, eles estão fazendo mal ao Tesouro, porque afinal de contas o Tesouro é proprietário de 49% das ações, na medida em que o endividamento da empresa aumente, em última instância quem paga é cada um dos goianos”, analisa o vice-governador.


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