O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, declarou neste domingo (1º) que “o plebiscito [sobre a independência da Catalunha] não existiu”.
Em pronunciamento no começo da noite (horário espanhol; tarde no Brasil), o líder conservador afirmou que a consulta popular “foi impedida com o fundamento da lei, com o respaldo dos democratas, com a atuação dos tribunais”.
Rajoy defendeu a atuação da polícia, criticada pela oposição pelos embates violentos do dia. Ele disse ainda que está aberto ao diálogo para resolver a questão de maneira política.
O governo catalão, porém, tem sinalizado não ter mais paciência para negociar, após anos insistindo em se sentar à mesa com Madri.
Mais cedo, o porta-voz do governo regional catalão, Jordi Turull, havia dito que o governo espanhol responderia nas cortes internacionais pela violência usada pela polícia para impedir a realização da votação.
O Departamento de Saúde da Catalunha informou que mais de 760 pessoas ficaram feridas em confrontos com as forças de segurança. “O que a polícia está fazendo é simplesmente selvagem, é um escândalo internacional”, disse Turull.
O porta voz afirmou que acreditava que milhões tinham votado e que o horário de encerramento da votação não seria estendido. Porém, aqueles que ainda faziam fila nos locais de votação seriam autorizados a votar.
Segundo o governo regional, a polícia espanhola conseguiu fechar 319 postos de votação de um total de cerca de 2.300. “Pedimos àqueles que não conseguiram votar para se dirigirem aos locais que não foram fechados”, disse Turull.
Não há previsão para o término da contagem dos votos. (Folhapress)
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