08 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:53

Primeiro dia de desfiles no Rio tem acidente com carro e óleo na pista

Foto: Marcelo Theobald
Foto: Marcelo Theobald

Tradicionais favoritas dos últimos anos, Beija-Flor e Salgueiro destacaram-se numa primeira noite de desfiles bonitos, mas que não incendiaram a Marquês de Sapucaí, no Rio.

O domingo (26) também ficou marcado por um grave acidente que deixou 20 feridos, oito deles transferidos para hospitais -destes, três mulheres haviam se machucado gravemente. O último carro da Paraíso do Tuiuti, primeira escola a desfilar, perdeu a direção no setor 1 da avenida, atropelando pessoas que estavam dos dois lados da pista.

Mesmo antes do acidente, a escola de São Cristóvão, que subiu no ano passado e fez sua segunda participação no grupo especial, já apresentara problemas que devem lhe custar a permanência na elite -sua comissão de frente, por exemplo, teve falhas em frente à primeira cabine dos jurados.

O acidente atrasou e tirou parte do impacto do desfile da Grande Rio, que entrou na sequência com o enredo mais pop deste ano, uma homenagem à cantora Ivete Sangalo.A baiana mostrou uma interação com a escola como poucos homenageados: abriu o desfile se apresentando na comissão de frente e dançando a coreografia com grande empolgação. Ao chegar ao fim da avenida, retornou para a concentração e desfilou novamente, desta vez no último carro da escola, ao lado do marido e do filho.

Ivete foi a campeã dos flashes do público, e seu desfile cheio de convidados igualmente populares, como as apresentadoras Xuxa Meneghel e Luciana Gimenez, foi festejado pelas arquibancadas, mas sem arrebatamento ou gritos de “é campeã” -estes, apenas a Beija-Flor ouviu, e mesmo assim timidamente.

A escola provocou atraso no seu e nos desfiles seguintes ao se recusar a entrar na avenida. A presidente da escola disse que havia óleo na pista, que teria vazado do carro acidentado da Paraíso de Tuiuti.A escola de Nilópolis acabou saindo mais de uma hora depois do horário previsto.

No entanto, agradou à sua torcida fiel, que cantou o samba com empolgação.Neste ano, inovou ao desfilar sem alas. Entre as alegorias, os componentes usavam fantasias misturadas, não mais separados por grupos. O desfile contava a história de Iracema, personagem de José de Alencar.

Outro destaque foi o samba melódico da Vila-Isabel, que neste ano falou sobre a influência negra na música das Américas.

O carro que mais chamou a atenção foi o que retratava a música norte-americana, com componentes representando Tina Turner, Michael Jackson, Ray Charles e Stevie Wonder.No Salgueiro, Marcia e Renato Lage entregaram o desfile competente que sempre realizam.

Didáticos, fizeram passar na avenida uma representação do poema “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, que trazia as três partes história: inferno, purgatório e paraíso.

A Imperatriz era muito aguardada. A escola despertou a ira do agronegócio por citar ameaças aos índios, como disputa por terras, desmatamento e a construção de Belo Monte.Trazia um carro em que a hidrelétrica era representada como um monstro e o samba descrevia as etnias que vivem à beira do rio como “filhos esquecidos do mundo”.

Um dos homenageados da escola foi o cacique Raoni, que desfilou num carro acompanhado de outros índios.

(FOLHAPRESS)

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