O sexto mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais do Brasil foi lançado nesta quarta-feira (26). Este ano, a ação conta com parceria entre a Polícia Rodoviário Federal, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério Público do Trabalho.
De acordo com a PRF, os pontos vulneráveis são ambientes ou estabelecimentos onde adultos se prostituem, que têm pouca ou nenhuma iluminação, ausência de vigilância privada, local de parada de veículos e de consumo de bebida alcoólica.
O objetivo do mapeamento e divulgação desses pontos é favorecer a possibilidade de um trabalho intersetorial e articulado para prevenção de violência sexual e proteção da infância e adolescência. Desta vez, foram incluídos no mapeamento novas questões, como gênero das vítimas e local de origem.
Segundo a PRF, é possível contribuir com a criação de políticas preventivas de atendimento e encaminhamento quando se conhece melhor o perfil da criança ou adolescente em situação de risco. Foram identificados 1.969 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes, entre 2013 e 2014, em rodovias federais. Destes, cerca de 566 são considerados “críticos”, 538, de alto risco, 555, com médio risco, e 310, de baixo risco.
Para a Polícia Rodoviária Federal, comparado aos últimos mapeamentos, este tem como evolução a “significativa redução dos pontos críticos”. A redução, que soma 40% em seis anos, possivelmente se deve aos esforços e engajamento dos diversos setores responsáveis, além de medidas de prevenção nas rodovias.
No entanto, se comparado ao mapeamento referente a 2011 e 2012, houve um aumento de 9% do número total de pontos registrados. Isso é visto de forma positiva pela PRF, uma vez que o órgão tem investido mais em treinamento dos policiais rodoviários. Também é levado em consideração o fato de que antes os pontos, que não eram vistos como problemáticos, hoje são registrados como vulneráveis.
MAPEAMENTO POR REGIÕES
De acordo com o levantamento, a região Sudeste do Brasil é o local com mais pontos de vulnerabilidade. O número chega a 494 áreas mapeadas. A segunda região com maior incidência é a Nordeste, com 475 pontos. Em seguida, as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte foram mapeadas, respectivamente, com 448, 392 e 160 pontos de vulnerabilidade.
Já os estados que possuem maior quantidade de pontos críticos ou de alto risco são Minas Gerais, Bahia e o Pará.
Além disso, a PRF descobriu, a partir de análises dos dados, que a quantidade de pontos de vulnerabilidade em cada município está diretamente ligada ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e à educação.
GÊNERO E ORIGEM
Dos mais de 1.900 pontos mapeados, 1.121 forneceram respostas quanto ao gênero e origem das crianças e adolescentes. Calcula-se que 38% deste número, em torno de 428 pontos, indicam que a vítima era originária de outra cidade ou estado. Dentre 448 pontos com registro de crianças e adolescentes em situação de risco, cerca de 69% era do sexo feminino, 22% transgênero e 9% do sexo masculino.
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