Dois homens foram apresentados nesta quarta-feira (30) no 2º Distrito Policial de Catalão, suspeitos de latrocínio que chocou os moradores da cidade. Dione Alves da Silva e Wanderson Alves Fernandes, conhecido como “Dandin”, teriam assassinado três idosos, Geraldo Pires de Moura, Benedita Marques de Moura e Maria Marques de Moura em 12 de janeiro de 2018.
De acordo com a responsável pelas investigações, delegada Marcela Magalhães, a partir de uma denúncia anônima a Polícia Civil e a Polícia Militar (PC-GO) do Estado de Goiás (PM-GO) conseguiram identificar os quatro suspeitos e levantar provas que os liguem ao crime.
“A Polícia Militar nos trouxe a informação, que foi apurada conjuntamente com as forças policiais de Catalão e ao longo desses meses foram obtidos indícios robustos contra os indiciados. Diante disso, nós tomamos as providências junto ao poder Judiciário para requerer as medidas cautelares que culminou na prisão, ontem, de dois dos quatro suspeitos de envolvimento com esse crime. […] Foram quase cinco meses de investigação e nós temos vários elementos, vários indícios, não podemos entrar em detalhes para proteger as fontes, mas existem indícios robustos de autoria”, disse a delegada.
Segundo Marcela Magalhães, os quatro suspeitos são ciganos e estavam acampados próximo à região da fazenda onde houve o crime. Um deles também já teria feito negócios com Geraldo, com a compra e venda de mercadorias.
“Eles teriam ido até o local do fato com o intuito de simplesmente subtrair, mas assumiram o risco, ao que tudo indica, porque a fazenda era de conhecidos deles, assumiram o risco de se eles estivessem lá eles teriam que tomar alguma providência e foi o que foi feito. Foram reconhecidos e por isso executaram as vítimas. […] Havia uma invasão deles e eles frequentavam a região da Custódia, até essa informação foi obtida pela Polícia Civil e Militar, comprovada por diligências em campo por ambas as forças policiais e após o crime eles deixaram a cidade e também levantaram demais suspeitas”, informou a delegada.
No entanto, não foi apreendido nenhum objeto roubado com os suspeitos. “Tendo em vista a distância do tempo em que o fato foi cometido e também em que se encontravam foragidos da cidade de Catalão essa ideia nem era cogitada por nós”, comentou Marcela Magalhães.
Prisão e depoimento
De acordo com o coronel Silveira, que participou da prisão dos suspeitos, Dione e Wanderson confessaram envolvimento no crime e informaram que jogaram fora os objetos roubados para não serem ligados ao crime.
“Eles confirmaram também que boa parte dos objetos que eles roubaram da propriedade do senhor Geraldo foi desfeita por eles mesmos, horas depois do crime. Ventiladores, botijão de gás, duas armas de fogo, panela de comida, celulares, tudo isso eles jogaram fora minutos depois exatamente para não ligar eles à cena do crime. Então, esses objetos foram desfeitos, foram descartados. […] Um deles confessou que deu uma paulada na cabeça de uma das vítimas e apenas outro efetuou machadadas na cabeça das vítimas”, explicou o militar.
Um foi preso em Goiandira, interior de Goiás, e o outro em Tupaciguara, em Minas Gerais. A Polícia ainda não sabe informar onde estariam os outros dois suspeitos e pede que a população denuncie a localização de Joves Dias da Silva e Edson Alves Fernandes, caso alguém tenha conhecimento.
“A gente entende que demorou para vocês, mas para nós foi resolvido em um tempo até razoável e é um caso extremamente difícil, que exigiu muita dedicação das forças policiais de Catalão. É um crime que não tem testemunhas oculares, em uma região erma, mas felizmente a dedicação de ambas as forças policiais aliada a todo esforço e medidas investigativas culminaram no sucesso da investigação e para a Polícia Civil o inquerido está encerrado. Vamos só terminar algumas diligências, esperamos que consigamos localizar os outros dois envolvidos. Eles já serão colocados à disposição do poder Judiciário. A investigação está finalizada, todos os envolvidos foram identificados, os quatro”, concluiu Marcela Magalhães.
O crime
Os suspeitos chegaram à Fazenda e anunciaram o assalto a Geraldo no dia 12 de janeiro, em Catalão. Em seguida, as três vítimas foram rendidas e amarradas. Edson e Joves teriam revistado toda a casa e roubado duas armas de fogo, dois botijões de gás, carne congelada, entre outros objetos.
Após o assalto, Dione disse que as três vítimas teriam que ser mortas para que os suspeitos não fossem reconhecidos e denunciados. Os outros três suspeitos concordaram com a opinião e Joves teria dado uma paulada na cabeça de Geraldo enquanto Edson teria dado uma enxadada na cabeça das mulheres.
Os suspeitos poderão ser condenados entre 20 e 30 anos de prisão por cada morte, caso condenados.
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