O suspeito de 36 anos foi preso em flagrante após fazer compras pela internet e de ter pago através de contas bancárias hackeadas de terceiros. Segundo a polícia, desde 2013 o prejuízo que o homem causou pode chegar a aproximadamente R$ 5 milhões.
Foi a maior volume de transações financeiras via hackers que a polícia goiana conseguiu detectar.
Na ocasião ele havia feito compras de aparelhos celulares modelo Iphone 5 para revender. A prisão se deu na casa dele, nesta quinta-feira (5) na Vila Maria José, em Goiânia. Ocorreu no momento em que ele havia acabado de receber uma encomenda no valor de R$ 20 mil.
A prisão do acusado evitou um prejuízo de R$150 mil reais em outras movimentações que havia feito ainda na madrugada de quinta. De acordo com a adjunta da Delegacia Estadual de Investigações Criminais de Goiás (Deic) delegada Mayana Rezende, as mercadorias eram compradas de sites de lojas virtuais conhecidas no mercado. Para efetivar a compra ele contava com a ajuda de outra pessoa.
“A partir do momento que ele conhecia a aprovação da conta, ele emitia o boleto e através do código de barras deste boleto, ele encaminhava para um hacker no Pará. Este fazia o pagamento através de contas hackeadas. No caso em que pegamos em flagrante, é referente a uma vítima de São Paulo”, destaca a delegada.
Para realizar a compra, ele coletava números de CPFs de terceiros pela internet e abria e-mails falsos. Depois emitia o boleto bancário e passava para outro hacker.
“Tem alguns indícios que a gente achou no computador dele que realmente, mas a associação dele tem ramificações não só no Pará, também em Minas. É um grupo criminoso muito forte até mesmo pelo volume financeiro de compras que encontramos no computador dele. Tinha uma contabilidade muito organizada, dividido por ano e mês”, relata Mayana Rezende.
Caixas vazias
Na casa do acusado foram encontradas nove caixas de celulares vazias. Há informações de que o acusado, além de hackear, praticava outro crime: enganava pessoas na hora da venda.
Como ele pagava os aparelhos com boletos bancários, gerava nota fiscal. Os preços eram praticamente os de mercado, com poucas diferenças, o que chamava a atenção de consumidores.
No entanto, em alguns casos ele apenas enviava caixas vazias, algumas ele colocava pilhas para dar um pouco de peso. Quando as pessoas abriam certificavam que tinham sido enganadas.
Dificuldade na prisão
A polícia avalia que o suspeito é apenas um braço de uma grande quadrilha. Para a delegada Mayana Rezende, o modo de atuação do bando dificulta a localização e prisão dos suspeitos.
“A dificuldade de fazer a prisão e assegurar a punição destas pessoas é muito grande. Geralmente quem é o detentor das senhas hackeadas vem de um estado, quem faz a compra está em outro estado e a vítima também. Em um caso em questão as vítimas de São Paulo. A pessoa fazia as compras em Goiás e o pagamento do Boleto no Pará”, explica a adjunta de DEIC.
Prevenção
A delegada Mayana Rezende orienta que ao comprar em sites pela internet, verificar se são confiáveis ou não. “Não é uma garantia, mas uma forma de diminuir as chances de golpe” ressalta.
A adjunta da DEIC ainda destaca que para evitar que senhas sejam hackeadas, é preciso verificar se não está entrando numa página falsa de um banco, observar terminais eletrônicos para ver se não há peça solta. Verificar se num estabelecimento comercial está pedindo o cartão mais de uma vez, sem ter algo registrado no visor.
Punição
Na casa do investigado a polícia ainda encontrou R$ 6 mil em espécie e uma CNH falsa. Ele foi indiciado pelo crime de furto qualificado e falsificação de documento público. A pena poderá chegar a mais de 8 anos de prisão.
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