12 de setembro de 2024
Brasil

Presidente eleito declara mais R$ 535 mil de gasto com internet

Jair Bolsonaro (PSL). (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
Jair Bolsonaro (PSL). (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

A campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) apresentou na terça (30) ao Tribunal Superior Eleitoral um gasto adicional de R$ 535 mil com a AM4 Brasil Inteligência Digital Ltda, o que torna a empresa, de acordo com os dados divulgados até agora, a maior prestadora de serviços da candidatura.

A data da contratação da empresa é 22 de agosto. De acordo com sua prestação de contas, Bolsonaro declara ter desembolsado R$ 115 mil com ela no primeiro turno para “criação de site de campanha e mídias digitais”. Agora, afirma ter injetado mais R$ 535 mil a título de “aditivo 2º turno consultoria marketing/mídias digitais”.

A Folha de S.Paulo mostrou no dia 18 que empresários impulsionaram disparos em massa por WhatsApp contra o PT na campanha. A prática é ilegal, pois se trata de doação por empresas, vedada pela legislação eleitoral, e não declarada.

Na época da publicação da reportagem, a AM4 era a única prestadora de serviços de internet declarada nas contas do candidato do PSL.

A assessoria jurídica de Bolsonaro afirmou apenas que o valor se refere a pagamento de serviços prestados pela empresa no segundo turno, mas não quis especificá-los.

De acordo com os dados informados por Bolsonaro ao TSE até o momento –a prestação de contas final pode ser entregue até o dia 17 de novembro–, sua campanha arrecadou R$ 4,15 milhões e gastou R$ 2,45 milhões. A AM4 representa o maior custo (R$ 650 mil). Em segundo lugar vem a Studio Eletrônico Assessoria e Produção de Cinema e Televisão, responsável pelo programa de TV e rádio do candidato no segundo turno, com R$ 525 mil.

Outra reportagem também mostrou, em 24 de outubro, que a campanha de Bolsonaro havia omitido da Justiça Eleitoral vários gastos de sua campanha, incluindo detalhes de viagens que fez a sete estados e o custo –real ou estimado– com prestadores de serviços, entre eles integrantes de sua equipe jurídica e de logística.

A lei obriga os candidatos a informar à Justiça até 13 de setembro, de forma discriminada, toda a movimentação de receitas e gastos de campanha até 8 de setembro.

Estabelece que a não apresentação pode caracterizar infração grave, a ser apurada no julgamento da prestação de contas final. No caso de desaprovação, o Ministério Público Eleitoral avalia se abre ação de investigação judicial.

Por meio de sua assessoria, a AM4 afirmou que o maior pagamento recebido se deve ao aumento de seu trabalho no segundo turno, “quando o candidato passou a ter tempo de rádio e TV e a AM4 passou dirigir os filmes da campanha.”

“Em nenhum momento foi necessário impulsionar [conteúdo na internet] porque isso acontecia de forma orgânica”, disse a empresa, que listou serviços que afirma ter prestado à campanha. Entre eles, modernização do portal do PSL, produção de conteúdo para as redes oficiais do candidato, criação do portal da campanha, de aplicativos para eleitores, além da plataforma de arrecadação de doações. (Folhapress) 

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