26 de dezembro de 2024
Política

Presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Estado de Goiás critica novas alíquotas de comercialização do produto

O presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Estado de Goiás, Jerry Alexandre de Oliveira Paula, participou nesta segunda-feira (25) de oitiva na CPI dos Incentivos Fiscais. Ele criticou decreto do Governo do Estado que, diminui o valor da alíquota de comercialização em Goiás de arroz industrializado em outros Estados. As novas regras começam a valer a partir de dezembro.

Jerry afirmou que apesar da iniciativa parecer ser válida, pois visa diminuir o preço do arroz para o consumidor final, ela vai prejudicar as indústrias locais.

Segundo ele, atualmente o sindicado conta com 16 indústrias filiadas, cujos tempos de existência vão de 31 a 50 anos. “São empresas remanescentes de uma época de ouro, quando Goiás foi o segundo maior produtor de arroz deste País”, salientou.

Ele também explicou que Goiás produz apenas 5% do arroz que consome e traz o restante de outros estados, principalmente Rio Grande do Sul.

Este quadro, segundo ele, deixa as indústrias goianas em desvantagem competitiva, pois, além dos custos de aquisição e industrialização do produto, tem que pagar pelo frete. A situação então é mais favorável para produtores de outros estados, que já trazem o produto beneficiado, cujo peso é 40% menor. “Para beneficiar 30 toneladas, temos que trazer 50 toneladas”, esclareceu Oliveira.

Para ele, a indústria goiana não terá condições de competir com produtores de outros estados, porque a margem de lucro do arroz e feijão é muito pequena. “O arroz vem com casca, que não pode ser jogada no meio ambiente. Farelo é vendido, assim como quirela, mas não pagam o frete. Temos também o problema do grão quebrado. Hoje em dia todos vão ao supermercado comprar o arroz tipo 1. O decreto do Governo vai beneficiar empresas instaladas Rio Grande do Sul e Mato Grosso. As indústrias goianas vão fechar portas em dois três meses”, enfatizou.

Ele pediu apoio para o setor e criticou o governo afirmando que o diálogo está fechado: “A secretaria de Economia não quis nos receber. Precisamos de uma solução em curto espaço de tempo, pois as indústrias vão fechar e haverá desemprego”, salientou.

Diálogo

O presidente da CPI, deputado Álvaro Guimarães (DEM) afirmou que a intenção do Governo com o decreto é baixar o preço do arroz na cesta básica, beneficiando principalmente a população de baixa renda. Ele sugeriu mediação dos deputados entre Governo e empresas para solucionar o problema.

Talles Barreto e Henrique Arantes sugeriram a Jerry Alexandre que os produtores busquem mercado de produção de arroz internamente para economizar no frete.


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