Ilan Goldfajn, o presidente do Banco Central, voltou a exaltar a redução da inflação, a queda das taxas de juros e a recuperação da economia brasileira nesta segunda-feira (16), em evento com empresários e executivos em São Paulo.
“Em face das expectativas de inflação ancoradas em torno da meta, da inflação em queda, e do alto grau de ociosidade na economia, a taxa Selic recuou 600 pontos-base desde outubro de 2016 e há expectativa, por parte dos agentes de mercado, de quedas adicionais à frente”, disse.
Ele ressalvou, entretanto, que “uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira” poderá “elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária”. E esse risco ainda aumenta se o cenário externo favorável para as economias emergentes se reverter.
Goldfajn enfatizou que a continuação do esforço das reformas, como a trabalhista e o teto de gastos, é fundamental para a recuperação do país.
“Para garantir que a tendência de queda das taxas de juros reais seja sustentável, é necessário continuar os esforços de reduzir a taxa de juros estrutural. Para isso, temos que perseverar no caminho dos ajustes e reformas”, disse.
Ele citou também melhorias no mercado de crédito, com aumento do volume de crédito às famílias e suas taxas de juros reduzidas. “Em agosto, houve aumento de 0,7% no volume mensal de crédito a pessoas físicas, que totalizou R$ 1,6 trilhões, enquanto a taxa média de juros situou-se em 35,6% ao ano, apresentando redução de 6,6 pontos percentuais em doze meses.”
Além do aumento do poder de compra de compra e da recuperação do consumo, Goldfajn enfatizou que o próximo passo esperado para embasar um crescimento sustentável no médio e no longo prazo é a retomada dos investimentos.
“Os esforços do governo na área de infraestrutura e na privatização são alicerces importantes para esse crescimento sustentável. Os recentes leilões de usinas hidrelétricas e concessões de petróleo foram bem sucedidos, reforçando evidências de que a condução da política econômica já mostra resultados na recuperação da confiança”, disse o presidente do BC. (Folhapress)
Leia mais:
- Países devem aproveitar crescimento para fazer reformas, diz Lagarde
- Banco Mundial prevê retomada na América Latina puxada pelo Brasil
- Meirelles diz que é “normal” que S&P considere rebaixar nota sem reforma
Leia mais sobre: Economia