11 de agosto de 2024
Cidades

Presidente Dilma afirma que não renuncia ao cargo

A presidente da República, Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (11) que não vai renunciar ao cargo. A argumentação da chefe do Poder Executivo, é que ninguém pode pedir a saída dela sem que que tenha provas de ela cumpriu com a legislação.

“Ninguém tem o direito de pedir a renúncia de presidente legitimamente eleito sem dar elementos comprobatórios de que eu tenha de alguma forma, ferido qualquer inciso da Constituição. Não sairei deste cargo sem que haja motivo para tal. Quem quer a minha renúncia tem que proceder de acordo com a Constituição. Solicitar a minha renúncia é reconhecer que não há base real para pedir minha saída do cargo”, destacou Dilma, após reunião com reitores dos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Palácio do Planalto.

Perguntada se estaria resignada e se renunciaria à Presidência, Dilma respondeu: “Vocês acham que eu tenho cara de estar resignada? Vocês acham que eu tenho gênio para me resignar? Eu não estou resignada diante de nada e não tenho essa atitude diante da vida. Acho que essa onda de boatos não contribui e cria uma crise política negativa para a economia brasileira. Temos todas as condições de fazer a retomada. Pelo menos testemunhem que eu não tenho cara de quem vai renunciar”, afirmou a presidenta, em entrevista coletiva.

A Câmara dos Deputados aceitou em dezembro o pedido de abertura de processo impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

Vazamentos

Em outro momento da entrevista Dilma criticou os vazamentos. Para ela nem todos são verdadeiros e trazem prejuízos para o Brasil, a medida que prejudicam a economia, pois causa uma instabilidade e o país não sai da crise.

“E eu vou dizer para vocês: acho que essa onda de boatos, essa onda de informações, elas não contribuem, e elas criam uma crise política que é absolutamente negativa para a economia brasileira. Nós temos todas as condições de fazer a retomada. Nós temos todas as condições de garantir as conquistas que tivemos”, argumentou.

Manifestações

Quanto às manifestações populares previstas para domingo (13), ela defendeu que se mantenha o que chamou de “vitórias da democracia brasileira”. Segundo a presidente, uma das vitórias, sem dúvida, é o direito de livre manifestação. “Não cabe à gente perder esse patrimônio da tolerância característico do nosso país.” Dilma pediu que não haja confrontos.

“Faço um grande apelo às pessoas para que sejam capazes de manifestar de forma pacífica. A manifestação é um momento importante do país, de afirmação democrática. Por isso, não deve ser manchada por nenhum ato de violência.”

Ministro

Durante a entrevista coletiva a presidente foi questionada quanto ao futuro do ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, Dilma afirmou que decisão da Justiça é para ser cumprida. “Decisão do Supremo eu cumpro”.

Na noite de quarta-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que Wellington Silva deve deixar o ministério em até 20 dias após a publicação da ata do julgamento, prevista para segunda-feira (14). Os ministros da Corte entenderam que ele não pode chefiar a pasta, já que tem cargo vitalício de procurador do Ministério Público da Bahia.

A presidente destacou que não pedirá para que ele fique no cargo. Ela afirmou que ele terá a liberdade para fazer a escolha certa. “Eu vou olhar para ele e falar: olha, meu querido, você decida o seu destino de acordo com as suas convicções e aquilo que lhe é interessante. Ele tem 25 anos de Ministério Público, e não cabe a mim fazer nenhum apelo. Eu não posso prejudicar ninguém.”


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