22 de novembro de 2024
Sem palanque • atualizado em 05/05/2023 às 20:55

Presidente da Faeg defende diálogo de ‘pautas definidas’ com Governo Lula: “Eleição passou”

Ele também mencionou que o setor agropecuário deseja aporte de mais de R$ 400 bi de recursos federais
Zé Mário em entrevista a Altair Tavares, diretor de redação do Diário de Goiás (Foto: Divulgação/Redes Sociais)
Zé Mário em entrevista a Altair Tavares, diretor de redação do Diário de Goiás (Foto: Divulgação/Redes Sociais)

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Jose Mario Schreiner defendeu nesta sexta-feira (05/05) que o setor produtivo e agropecuário, predominantemente alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esqueça a eleição e foque tratar “pautas definidas” com o Governo Federal, tocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Schreiner que também apoiou Bolsonaro diz que o diálogo com o governo petista é importante. “Independente de ideologia, pensamento político se é de esquerda, direita, extrema-esquerda, extrema-direita. Os setores precisam conversar com o governo”, destacou. Nesse sentido, ele destaca que tanto a Faeg como a Confederação Nacional de Agricultura, a qual é vice-presidente mantém discussão regular com o governo.

Na semana passada, por exemplo, tiveram encontros com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD).

Agro quer R$ 402 bilhões de recursos federais

Na mesa de conversas com o Favaro, uma série de programas foram apresentados por meio de um documento elaborado a várias mãos. “Fazemos reuniões nas cinco regiões do Brasil ouvindo as principais demandas de todos os produtores rurais do Brasil. Ai nós condensamos e elaboramos um documento e fomos lá levar ao ministro. As propostas que a CNA captou por todo o Brasil estão lá”, destacou Zé Mário.

Ele também pontuou programas como o Programa de Construção de Armazéns. e o Agricultura de Baixo Carbono. “Hoje o Brasil tem apenas 70% da sua capacidade estática de armazenagem. O preconizado pelo órgão da ONU que cuida da alimentação e agricultura é de 130%. O programa ABC – Agricultura de Baixo Carbono, reincorporar áreas que estão degradadas no processo produtivo. O Inovagro que é a inovação dentro do setor agropecuário é também prioridade”, descreveu.

Schreiner também pontuou que os produtores rurais querem investimentos. “Foram essas as questões do Ministro da Agricultura e é claro pedimos o montante de R$ 402 bilhões para que sejam alocados para o setor agropecuário”, destacou. 

José Mário completou dizendo que alguns ruídos até poderiam ser evitados e tanto Governo como o setor agropecuário devem virar a página e cuidar dos interesses do Brasil. “Muitas vezes o mal estar vem por mal entendido. Algumas situações desnecessárias para o momento que vivemos. Vivemos no Brasil e a eleição já passou. Temos de cuidar dos interesses do país. Em relação ao governo, sentamos para definir pautas definidas.”, salientou. 

Zé Mário crítica taxa de juros mas diz que Governo Federal precisa fazer sua parte: “Questão problemática”

José Mário Schneider também criticou a taxa de juros Selic estabelecida pelo Banco Central do Brasil, mas também concatenou que o Governo Federal precisa fazer sua parte estabelecendo políticas monetárias “mais rígidas no ajuste e controle fiscal”. A afirmação foi feita ao Diário de Goiás em entrevista durante posse da nova diretoria do Sistema OCB/Goiás.

“A taxa de juros alta é algo extremamente prejudicial e danoso à economia de uma forma geral. Quando você tem um empreendedor que precisa buscar recursos seja para investimento, manutenção ou custeio, isso afeta muito e claro que afeta também a rentabilidade das empresas e dos empreendedores”, destaca.

Por outro lado colocou a parte do Governo Federal na balança. “Não é a questão do consumo que eleva a taxa da inflação, mas muitas vezes, políticas monetárias que deveriam ser adotadas, por parte do Governo Federal, mais rígidas no ajuste e controle fiscal do Brasil o que faz e obriga o Banco Central a manter as atuais taxas para que possa combater a inflação”, ponderou. 

No entanto, destacou ser contra a alta taxa de juros a 13,75%. “Agora é claro, eu particularmente sou muito contrário ao combate à inflação através dos juros altos porque hoje no Brasil vivemos num momento antagônico onde o consumo não está elevado”, destacou salientando que já esteve com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugerindo medidas alternativas para conter o avanço da inflação.


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