O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (AHPACEG) , Haikal Helou, disse estranhar a quantidade de pessoas que estão escolhendo vacinas ou sequer vão se vacinar contra a covid-19 e atentou com um grupo que hoje é considerado de risco: as gestantes.
“Goiás está com um índice baixo de grávidas, eu não consigo entender, nós tivemos grande complicações com gestantes na primeira e segunda onda e o hoje elas não procuram. Pessoas fazendo escolhas de vacinas, um absurdo”, pontuou o presidente em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, nesta terça-feira (10).
Perguntando sobre o número de cirurgias eletivas que estariam represadas em Goiás devido à pandemia da covid-19, o presidente disse que o número é substancial, mas o estado é quem deve ter o número exato.
“O volume exato está nas mãos das operadoras e do governo, nós temos uma ideia mais ou menos do volume que não aconteceu do tamanho do problema, mas o número exato tem que ser apurado, mas acredito que seja um número substancial”.
Haikal explica que a suspensão das cirurgias eletiva pelo Ipasgo é uma situação delicada porque quando volta a realizar o procedimento, a demanda é alta e acaba se tornando algo perverso, segundo ele.
“O Ipasgo suspendeu por quase dois meses as cirurgias eletivas e isso gerou um transtorno tremendo, é uma situação meio perversa. Você suspende e quando volta não consegue atender na velocidade da demanda, então gerou um transtorno danado logo que as eletivas foram retornadas”, destaca.
O presidente ressaltou que desde o início da pandemia, os hospitais estão passando por diversos problemas financeiros, ele diz que as pessoas têm uma falsa impressão de que a rede hospitalar está faturando muito com isso, contudo ele explica que é o contrário.
“A maioria das pessoas acredita que a pandemia foi uma coisa boa para o setor hospitalar, não tem ideia do prejuízo que passamos, principalmente por dois motivos, um o aumento de tudo que nós gastamos, um aumento considerável. O outro a redução, as pessoas veem a notícia de que os hospitais estão lotados é como se fosse um restaurante cheio de pessoas mas que pedem apenas batata frita”, avalia ele.
O presidente fez um balanço das duas primeiras ondas da pandemia e disse que na segunda os hospitais particulares chegaram a ficar com 136% dos leitos ocupados. Atualmente ele diz que a ocupação é em torno de 85% e que ninguém está morrendo por falta de assistência.
“Tudo para nós é uma questão de perspectiva e comparação. Na primeira onda nós chegamos a ter 100% de ocupação, nós achávamos que aquilo era o pior momento. Na segunda onda nós tivemos 136% de ocupação, nós tínhamos pacientes de CTI internado em pronto socorro, quando estabilizou em 80% e 85% nós começamos achar que estava tranquilo, mas no geral nós estamos manter a capacidade assistencial, não tem morrido paciente por falta de assistência.