22 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 09:22

Presidente da Agetul nega imprudência na gestão do Parque Mutirama

Presidente da Agetul concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (27); Foto: João Lima- DG
Presidente da Agetul concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (27); Foto: João Lima- DG

O presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer, Alexandre Magalhães (PSDC), pela primeira vez se manifestou quanto ao acidente que deixou 11 pessoas feridas na tarde desta quarta-feira (26), no Parque Mutirama. Ele explicou que a unidade conta com um engenheiro técnico, pois há um contrato sem remuneração entre a Prefeitura de Goiânia e o profissional que atua há 15 anos no local. No entanto, ele explicou que não há registro junto ao CREA indicando o vínculo do engenheiro com o Município. Alexandre nega imprudência na gestão do parque.

Alexandre Magalhães negou que o profissional esteja atuando no Mutirama de forma irregular. Ele declarou que o contato dele com o Município terminou em dezembro do ano passado, ainda na gestão anterior, mas não foi renovado. Ele topou ficar nesta condição até que o processo seletivo que está em andamento seja concluído.

“Não, estava (irregular) através de um contrato. Ele estava através de outro contrato feito em nossa gestão. Ele só não estava registrado no CREA. Engenheiro, mecânico que presta serviço há 15 anos para o Parque Mutirama, um excelente profissional. O que temos que preocupar não é a questão de o engenheiro estar registrado ou não, temos que preocupar em mudar o protocolo de segurança do Parque, é fazer uma revisão. Essa é nossa preocupação”, declarou.

Alexandre Magalhães negou a existência de cartas marcadas na seleção e declarou que o engenheiro participou do processo seletivo como qualquer outra pessoa, mas que pelo currículo dele, pelo conhecimento da área tinha boas chances de ser aprovado. O resultado do processo está previsto para o próximo dia 10.

Imprudência

O presidente da Agetul discorda da afirmação da promotora Leila Maria de Oliveira que tenha havido imprudência na gestão do Parque Mutirama. Ele lamentou a ocorrência do acidente, e argumentou que os brinquedos do parque passam por manutenção constante.

“Não teve imprudência. Nós assumimos o Parque em janeiro, continuamos a manutenção da maneira que vinha acontecendo, isso continuou sem problema nenhum. O Parque dá manutenção diariamente, às segundas, às terças, às quartas. Existe um protocolo de funcionamento de todos os brinquedos das 7h às 9h, que liga os brinquedos sem ninguém, isso continua acontecendo. O que aconteceu foi um acidente. Esse acidente aconteceu e não pode acontecer mais”, explicou.

Bombeiros

A promotora Leila Maria declarou à imprensa de que ainda não havia recebido informações solicitadas a Agetul sobre vários itens de segurança do Parque que foram apontados pelos Bombeiros durante vistoria realizada. Alexandre Magalhães não respondeu porque não atendeu à solicitação do Ministério Público e argumentou que as questões relacionadas ao Corpo de Bombeiros estão todas corretas.

“Eu não recebi nenhuma notificação de adequação. Tem um processo andando [Bombeiros], dentro da Prefeitura. Tem um processo dentro da Prefeitura de instalações do Corpo de Bombeiros, inclusive com prorrogação junto ao Corpo de Bombeiros. Não é tão fácil assim, existe burocracia para andar processo aqui dentro. A questão do Corpo de Bombeiros é outra história, é questão de incêndio. Eu não tenho conhecimento sobre nenhuma ação do Ministério Público sobre essa questão [adequações]. Não existe isso, não temos no Ministério Público nenhuma coisa nesse sentido”, descreveu durante entrevista coletiva.

Erros

O presidente da Agetul admite que a ocorrência de erros e prometeu fazer um novo protocolo de funcionamento do Parque Mutirama. Ele destacou ainda que será feita uma análise revisional em todos os brinquedos da unidade. Alexandre Magalhães declarou que não foge das responsabilidades e que não tem medo de improbidade administrativa.

“Que seja feita Justiça. Eu não tenho medo, não corro das minhas responsabilidades. O que eu fiz, fiz sabendo, continuei o protocolo como estava sendo feito, a maneira como estava sendo feita a revisão e agora vou mudar. Eu não posso admitir isso para frente”, declarou.

Em família

Alexandre Magalhães é irmão do presidente do CREA, Francisco de Almeida Magalhães. O presidente da Agetul foi questionado se por ser irmãos, teria tido algum tipo de facilitação por parte do Conselho de Engenharia, no que se refere a fiscalização do parque, ele declarou que não.

“Não vejo isso de maneira alguma. O CREA inclusive nos notificou em janeiro, nós respondemos ao CREA a questão do processo seletivo para contratação. Não vejo de maneira alguma isso, não tem esse vínculo”, justificou.

CREA

Questionado pelo Diário de Goiás, a assessoria de imprensa do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA) informou que no início do ano vistoriou o Parque Mutirama e notificou a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul) para se manifestar sobre a regularização dos funcionários.

Em seguida, segundo o CREA, a Agetul pediu uma ampliação do prazo concedido e iniciou um processo seletivo simplificado para a contratação de mais profissionais.

Os conselheiros do Conselho se reunirão nesta sexta-feira (28), na Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalurgia, para debater quais serão as deliberações técnicas. O horário da reunião não foi divulgado. O resultado do debate será divulgado por nota.

Sobre a relação entre os irmãos Alexandre e Francisco, foi destacado que esta situação não influenciou e que foi estabelecido todo um rito processual por parte do conselho.


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