05 de dezembro de 2025
Investigação • atualizado em 25/08/2025 às 20:03

Presa família acusada de esquema milionário de desvio de cargas em Goiás e Minas

Com as prisões, a PCGO contabiliza 15 detidos ao longo da investigação, desarticulando um esquema considerado sofisticado e de grande impacto econômico
Investigações, que culminaram na operação, se desenrolam há quase três anos e revelaram um sofisticado modus operandi. (Foto: PC).
Investigações, que culminaram na operação, se desenrolam há quase três anos e revelaram um sofisticado modus operandi. (Foto: PC).

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Roubos de Cargas (Decar), prendeu no domingo (24), em Pirapora, Minas Gerais, quatro investigados ligados a uma organização criminosa especializada em desvios e receptação de cargas. Entre os detidos está José Leonardo Ferreira Borges, apontado como líder do grupo, que estava foragido desde a deflagração da Operação Depositário Infiel, em julho deste ano.

Além do chefe da quadrilha, também foram presos Isa Lara Godói Borges Rosa (filha do líder), André Dias Lemes Rosa (genro) e Victor Hugo Santos de Moura, apontado como “laranja” da organização. Com as prisões, a PCGO contabiliza 15 detidos ao longo da investigação, desarticulando um esquema considerado sofisticado e de grande impacto econômico.

Esquema de desvio de cargas

As investigações duraram quase três anos e revelaram um modus operandi complexo: motoristas eram aliciados para desviar produtos, e boletins de ocorrência falsos de roubo eram registrados para acionar seguros de forma fraudulenta. As cargas, adquiridas por cerca de 60% do valor de nota fiscal, eram armazenadas em galpões próprios ou de comparsas para simular legalidade e, posteriormente, revendidas a preços de mercado.

Os lucros obtidos eram “lavados” por meio de transferências pulverizadas em contas de familiares e funcionários, além de investimentos em construção civil e aquisição de imóveis em nome de terceiros. O grupo também era responsável pela destinação ilegal de cargas apreendidas e pela venda de mercadorias contrabandeadas, como defensivos agrícolas com laudos falsificados.

Ligação com tráfico de drogas

As investigações também identificaram ramificações da quadrilha no tráfico de drogas. Motoristas ligados ao esquema foram flagrados transportando grandes carregamentos ilícitos, incluindo cerca de 220 volumes de cocaína, avaliados em R$ 40 milhões, e aproximadamente duas toneladas de maconha.

A liderança da organização utilizava sua experiência como vistoriador de sinistros para manipular processos de sindicância e garantir ganhos indevidos, tanto na obtenção fraudulenta de seguros quanto na comercialização das cargas desviadas.

Histórico criminal e prisões

Segundo a PCGO, um dos principais alvos já tinha um extenso histórico criminal, com passagens por roubo qualificado, furto qualificado, apropriação indébita e estelionato, além de já ter sido investigado em outras grandes operações policiais.


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