23 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 10:05

Prefeitura estuda demissões em plano de reestruturação da Comurg

Plano de reestruturação da Comurg está sendo discutido com o prefeito Iris (Foto: Arquivo Prefeitura Goiânia)
Plano de reestruturação da Comurg está sendo discutido com o prefeito Iris (Foto: Arquivo Prefeitura Goiânia)

Está sendo construído por órgãos da Prefeitura de Goiânia um plano de reestruturação da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Entre as metas, destaque para o aumento da eficiência dos serviços prestados, aumento da fiscalização, promoção de enxugamento de gastos na empresa e corte de pessoal. Algumas demissões podem ser realizadas. Pontos da proposta estão sendo analisados pelo prefeito Iris Rezende. O gestor deve decidir nos próximos dias pela aplicação ou não do plano.

Custos

O gasto mensal na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) é de R$ 45 milhões. O secretária municipal de Finanças, Alessandro Melo declarou em entrevista à Rádio 730 nesta quarta-feira (13), que há uma meta de reduzir pela metade os gastos com a Comurg. Ele afirmou que o prefeito está caminhando para tomar decisões relativas a enxugamento de despesas na companhia.

“R$ 45 milhões é o gasto mensal da Comurg. O prefeito está caminhando para tomar uma decisão. Já tem informações suficientes para tomar uma decisão. A gente aguarda que toma a decisão. O prefeito pode decidir por um enxugamento da Comurg, manter a Comurg mas fazer um enxugamento. A gente tem uma meta que tem que reduzir pela metade”, declarou.

Procurado pelo Diário de Goiás, o presidente da Comurg, Denes Pereira entende que o plano de reestruturação é uma proteção que o prefeito dá a companhia. Ele entende que há necessidade de enxugar a máquina. Ele destacou que um dos problemas de custo está relacionado a passivos trabalhistas que consomem em média R$ 2 milhões mensais.

Eficiência

Denes Pereira afirmou que o plano parte ainda por aumento da eficiência dos serviços prestados pela empresa, partindo para ações voltadas a orientação da população quanto a descarte incorreto de lixo, consequentemente uma intensificação de fiscalização. Além dos pontos destacados acima, o plano ainda prevê a colocação de metas para a empresa e também para os funcionários.

Funcionários

Recentemente o prefeito de Goiânia, Iris Rezende deu uma polêmica declaração de que haveria 2 mil “Pilantrões” na Comurg. O gestor entende que trata-se de pessoas que ficam acomodadas, não retribuindo altos salários que ganham em serviços à sociedade. Ao Diário de Goiás, Iris destacou que os “espertalhões” seriam dispensáveis.

Apesar da dura declaração, o prefeito Iris Rezende afirmou que é preciso ter cautela antes de se tomar qualquer decisão. Para o gestor, os gastos na Comurg são elevados. O prefeito entende que há vantagens que são improprias.

“Quando eu falo em “pilantrões”, eu falo nos espertalhões, as pessoas que se acomodam sem retribuir a sociedade aquilo que ganham. Na Comurg se temos em torno de 8 mil servidores, 2 mil seriam dispensáveis imediatamente. Mas eu com o amadurecimento que adquiri ao longo da minha carreira administrativa tenho que tomar cuidado para não ser injusto e não colocar em dificuldades milhares de famílias. O que se gasta com a Comurg é muito elevado. O Tribunal de Contas recentemente ao apreciar as contas cortou uma série de vantagens que muitos servidores levavam. Mas ainda há algumas vantagens que sejam improprias ou desnecessárias. Eu trabalho com muita precaução para não cometer erros insanáveis. Isso que estou fazendo”, afirmou.

O secretário de Finanças, Alessandro Melo, disse à Rádio 730 que não pretende entrar neste debate, mas destacou o que o número ideal de funcionários da Comurg seria de 2 a 3 mil.  O gestor ainda defendeu a redução da folha de pagamento e não descartou demissões.

“Eu não vou entrar neste debate, o prefeito conhece mais dos oito mil funcionários da Comurg, sendo que dois mil estão prestando serviço em outros órgãos da administração. Eles estão nas limpezas de escolas, unidades de saúde, prestando serviço para a administração. Nós temos estudos que de dois a três mil funcionários da Comurg seriam suficientes para prestar todo o trabalho. A Comurg é uma empresa. Ela pode fazer um estudo de demissão. No meu entendimento precisa ter uma redução da folha”, declarou.

Procurado pela reportagem, o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Ambiental, Coleta de Lixo e Similares do Estado de Goiás (Seacons), Rildo Ribeiro de Miranda, não concorda com a afirmação do secretário de Finanças de que dois mil funcionários são suficientes para fazer o serviço de limpeza na cidade.

Rildo entende diferente do prefeito Iris Rezende. Para ele não há Pilantrões, mas trabalhadores e por ser regime celetista, a administração poderia fazer demissões. Ele destacou que caso isso seja feito, o sindicato estará atento quanto a acertos trabalhistas. O Diário de Goiás apurou que demissões não estão descartadas, e seriam alvos funcionários que são improdutivos para a Comurg e ainda os que já estão aposentados.

Em realização de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), o secretário Alessandro Melo disse à Rádio 730 que no passado o histórico de adesões a PDVs na prefeitura foi pequeno e que talvez não seria tão viável. Para o presidente do Seacons, Rildo Ribeiro, não houve grande adesão pelo fato de o plano não ter sido atrativo para os trabalhadores. O sindicalista entende que se houver condições favoráveis principalmente para os que estão aposentados, a adesão pode ser maior do que no passado.

A direção da Comurg não confirma a demissão de funcionários e a realização de um Plano de Demissão Voluntária. Os detalhes serão analisados pelo prefeito Iris Rezende.


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