05 de dezembro de 2025
Gestão Pública • atualizado em 11/08/2025 às 10:09

Prefeitura e UFG divergem sobre dívida de R$ 158 milhões da gestão das maternidades de Goiânia

Reitora da UFG, afirmou que a dívida de R$ 158,5 milhões que a Prefeitura de Goiânia mantém com a Fundahc está registrada em convênio assinado
Prefeito também afirmou que a Fundahc não tem “expertise” para administrar maternidades. (Foto: Fundahc),
Prefeito também afirmou que a Fundahc não tem “expertise” para administrar maternidades. (Foto: Fundahc),

A reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima, afirmou que a dívida de R$ 158,5 milhões que a Prefeitura de Goiânia mantém com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) está registrada em convênio assinado e “não pode ser apagada”. Em entrevista ao O Popular no domingo (10), ela defendeu que a saída da Fundahc da gestão das três maternidades municipais seja feita por meio de negociação e criticou a redução unilateral dos repasses, de R$ 20 milhões para R$ 12 milhões mensais, determinada pela administração municipal.

“A Prefeitura não cumpre o que está previsto no convênio, que é o valor de R$ 20 milhões para manutenção das três maternidades. Essa redução impôs a diminuição de serviços. Ainda assim, os serviços prestados são de alta qualidade e têm impacto fundamental para a vida das pessoas”, disse a reitora.

Segundo Angelita, a diminuição dos repasses foi feita antes mesmo de qualquer planilha de redução de serviços, levando à suspensão de partos na Maternidade Célia Câmara e à manutenção apenas de atendimentos de urgência nas unidades. Ela também afirmou que o pagamento integral da dívida deve ser discutido com clareza: “O devedor, se alega que não tem como pagar, tem de apresentar a forma. Acreditamos na negociação. É uma dívida de um serviço prestado. Isso não se apaga”.

Prefeito contesta valor e repasses

No sábado (9), durante entrevista coletiva, o prefeito Sandro Mabel (UB) afirmou que só pretende arcar com dívidas contraídas durante sua gestão e que o valor reivindicado pela UFG não corresponde à realidade. “A dívida não é de R$ 158 milhões. Eles querem cobrar na base de R$ 20 milhões, o para trás também, que deixaram aí, o Rogério [Cruz] sem pagar acho que dez meses, e agora quer cobrar de mim, tudo de uma vez”, disse.

Mabel argumentou que reduziu o repasse para R$ 12 milhões mensais “pagos religiosamente” e que não vê justificativa para manter o valor anterior. “Acabou o tempo das vacas gordas. Eu não posso gastar R$ 8 milhões a mais por mês. São R$ 100 milhões por ano a mais e o serviço não está adequado”, declarou.

O prefeito também afirmou que a Fundahc não tem “expertise” para administrar maternidades e que irá contratar organizações com experiência comprovada em múltiplas unidades hospitalares. “Não tem mais reversão. Isso é para o bem da saúde do município”, concluiu.


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