O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) discutiram, nesta segunda-feira (21), parcerias para repaginar o Centro da capital. O encontro entre os gestores aconteceu durante a solenidade que marcou o fim das obras de revitalização da sede do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), na Praça Cívica.
“Eu e o governador estávamos conversando sobre como podemos avançar na revitalização do Centro de Goiânia. A prefeitura, por exemplo, acaba de sancionar o novo Plano Diretor, que cria condições para promover a recuperação da região. É um processo importante, que serve para preservar a história da cidade”, frisou Rogério Cruz, durante o evento.
Caiado, que se declarou “apaixonado” pela cultura goiana, manifestou interesse em trabalhar com a Prefeitura de Goiânia para dar um novo aspecto ao Centro da capital. “Se nós recuperarmos toda essa região central, que é o maior acervo de art déco do Brasil, teremos condições também de preservar a memória. Há muitos prédios abandonados. Não existe povo sem história e somos orgulhosos da nossa cultura. Queremos ela cada vez mais viva”, disse.
A reforma do prédio do IHGG, entregue na noite desta segunda, custou cerca de R$ 2 milhões e foi realizada em parceria com cooperativa de crédito Sicoob, que financiou a integralidade da obra e poderá ocupar uma das salas do imóvel. O instituto completa 90 anos em 2022 e a sede dele foi construída em 1939. Trata-se de um dos prédios mais antigos da capital. “Reformar um imóvel como esse é resgatar memórias”, enfatizou Rogério Cruz.
Presidente do Instituto, Jales Guedes de Mendonça elogiou a disposição da diretoria do Sicoob em participar do processo de reconstrução da cidade. “Nada representa mais o espírito de um povo do que a sua cultura”. O IHGG guarda acervo de mais de 25 mil peças (entre livros, documentos e obras de arte), além da primeira Constituição de Goiás e uma carta da Princesa Isabel para Dom Pedro II.
Histórico
O prédio do IHGG foi erguido em três lotes doados pelo governo do Estado, a duzentos metros do Palácio das Esmeraldas, e abrigou, desde sua fundação, a elite intelectual de Goiás – formada por desembargadores, procuradores, juízes, professores e jornalistas. A cooperativa Sicoob, que financiou a reforma, vai ocupar uma das salas do imóvel. Outras duas sediarão exposições permanentes dos acervos de Amália Hermano, Jarbas Jaime e Colemar Natal e Silva.
Em um quarto cômodo, haverá exposição itinerante da produção de um dos integrantes do IHGG, a começar pelo escritor Bariani Ortêncio. Também funcionará um centro de convivência, denominado Café Brasileira Leo Lynce.
O projeto original foi assinado, na década de 1930, pelo arquiteto paulista José Amaral Neddermeyer, que se mudou para Goiânia. A construção aconteceu em sete meses. O prédio foi inaugurado em 1939 com as paredes pintadas de rosa, no mesmo tom da tinta utilizada na atual revitalização.
A sede do IHGG já abrigou outras instituições importantes do Estado. Há registros, por exemplo, de reuniões da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Goiás (OAB-GO) no local, na primeira metade do século passado. Além de aulas de história e de geografia nos anos que antecederam a criação da UFG, encontros da Associação Goiana de Teatro (AGT) e da Academia Feminina de Letras e Artes (Aflag).
Quando aconteceu o incêndio no Centro Administrativo em 2000, parte do acervo documental do governo foi acondicionado no IHGG. até a reforma do hoje Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Lá também funcionou, por um período, o Gabinete Militar da Governadoria.
O instituto hoje é formado por aproximadamente 125 sócios – entre titulares, sócios eméritos, honorários, beneméritos e correspondentes. Os decanos da instituição são Bariani Ortêncio e Ana Braga. Já integraram o quadro do IHGG os nomes mais importantes da cultura goiana, como Bernardo Élis, Colemar Natal e Silva, Belkiss Spenciére, José Mendonça Teles, Francisco Ludovico de Almeida, Leolídio Caiado e Amália Hermano.
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