Menos de uma semana após a inclusão da vacina contra febre amarela na rotina dos postos de saúde da cidade do Rio de Janeiro, as unidades estão com o estoque no limite. Há doses suficientes apenas até o fim do dia de atendimento nesta quinta (30).
A prefeitura diz que a responsabilidade é do Ministério da Saúde e que, se a pasta não responder à demanda, não haverá vacinação nesta sexta (31). Em 15 dias, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o número de locais para vacinação subiu de 34 para 233.
Desde a última segunda (27) a procura aumentou consideravelmente. Foram vacinados, em média, mais de 150 mil pessoas por dia.
O secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos, está reunido em Brasília com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para negociar o envio de mais doses. Já a pasta estadual não informou até a publicação deste texto se há estoque suficiente para atender a demanda nos demais municípios. O Ministério da Saúde tampouco se pronunciou sobre o envio da vacina à capital fluminense.
A situação da febre amarela no Estado é a seguinte: há seis casos confirmados da doença em humanos, sendo cinco em Casimiro de Abreu, com um óbito, e um São Fidélis. Também há dois casos confirmados de febre amarela em macacos, um em São Sebastião do Alto, outro, em Campos dos Goytacazes.
Não está claro se há macacos infectados na capital fluminense. Isso porque dois institutos, ambos credenciados pelo Ministério da Saúde, chegaram a conclusões diferentes sobre a presença do vírus em primatas achados mortos em florestas das zonas norte e sul.
O primeiro resultado da análise, feita pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, deu positivo para febre amarela. O Evandro Chagas é o laboratório de referência nacional do Ministério da Saúde para o diagnóstico da febre amarela.
A pedido do governo do Estado do Rio, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) fez outra análise, que não encontrou o vírus nos macacos. O resultado foi apresentado pelo governo do Estado como sinal de que não há casos da doença na capital.
Diante do impasse, o Ministério da Saúde disse que o teste da Fiocruz não poderia ser considerado contraprova pois as análises diferem nas amostras e métodos utilizados. O ministério evita dizer qual dos dois é mais confiável. (Folhapress)
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