FABRÍCIO LOBEL
BRUMADINHO, MG (FOLHAPRESS) – A prefeitura de Pará de Minas (MG), decretou estado de emergência devido à contaminação do rio Paraopeba, que foi atingido pela lama de rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho.
Segundo o decreto, o rio é a principal fonte de água do município de 100 mil habitantes.
Segundo a prefeitura local, os monitoramentos da qualidade da água são ainda inconclusivos e não afastam a presença de materiais pesados e radioativos no rio, que podem ser danosos a saúde da população.
O decreto prevê até a desapropriação de imóveis de famílias que estejam em área de risco de contaminação. O texto também dispensa de licitação obras e medidas tomadas para atenuar o impacto da lama sobre a cidade.
A prefeitura recomenda que a população fique longe da margem do rio e não utilize sua água.
O decreto inclusive recua do anúncio feito anteriormente de que a cidade tem outras fontes que garantam o abastecimento da cidade. Segundo a prefeitura, essas fontes só conseguem abastecer a cidade em períodos de chuva e não de seca, quando o rio Paraopeba é essencial.
A restrição da água deve afetar parte da população e também a produção de frangos e porcos, além da agricultura local.
A gestão municipal tenta ainda forçar a Vale, responsável pela manutenção da barragem rompida, a garantir o abastecimento de água na cidade. A prefeitura diz que até agora, nenhum plano satisfatório foi apresentado pela empresa.
Segundo a prefeitura, todas as notícias sobre a tragédia de Brumadinho, que afeta sua principal fonte de água, são conhecidas apenas pela imprensa e não por órgãos públicos.
Essa é a segunda vez em seis anos que o município decreta estado de emergência por causa do seu abastecimento de água. Da última vez, entre 2013 e 2016 (quando também foi decretado o estado de calamidade), a cidade foi afetada pela severa seca que atingiu o Sudeste do país.
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