Para comemorar os 11 anos da Lei Maria da Penha, a Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) realizou nesta quinta-feira, 17, diversas atividades dentre as quais o lançamento da cartilha “Toda Mulher Tem o Direito de Viver Sem violência”, que visa ajudar as mulheres e toda sociedade na prevenção e punição dos responsáveis por violência contra a mulher.
O material com 38 páginas orienta sobre as fases da violência, o significado da Lei Maria da Penha, as formas de violência e o passo a passo de como conseguir ajuda. De acordo com a titular da SMPM, Célia Valadão, o instrumento normativo é um importante guia colocado à disposição das mulheres contra os abusos. “O material será entregue à população e será um importante guia de busca de caminhos para sair da situação de violência”, destacou Célia.
Em palestra para representantes de entidades de defesa às mulheres, a promotora de Justiça dos Direitos da Mulher do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Rúbian Côrrea Coutinho, detalhou os números que evidencia uma sociedade ainda machista. Somente em 2016, 4,4 milhões de mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no país, 505 por hora. A promotora acredita na construção de políticas públicas como medida para mudar essa situação. “A Prefeitura de Goiânia acolhe com abrigo essas mulheres e a cartilha visa a sensibilização da sociedade”, acredita.
Em Goiânia, o mapa da violência mostra que do início de 2016 a fevereiro deste ano foram registradas 4.174 ocorrências de mulheres agredidas, fisicamente, moralmente ou verbalmente, por homens.
Rúbian também alertou para a proximidade das vítimas com o agressor. “61% dos casos o agressor é conhecido da vítima, sendo 19% do companheiro e 16% do ex-companheiro e apenas 11% das vítimas, do ano passado, procuraram ajuda”, alerta. A representante do MP declarou ainda que a população deva abandonar o velho ditado de que, em briga de marido e mulher não se mete a colher. “Todos nós somos responsáveis por mudar esse quadro, seja a violência física, mas a psicológica também”, concluiu.
O evento também contou com apresentação de vídeos de depoimentos reais de mulheres que recebem atendimento psicológico, jurídico e social no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), além de informações sobre como procurar ajuda.
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