A prefeitura de Aparecida de Goiânia demonstra que não deve entrar na conta do custeio do Passe Livre Estudantil na Região Metropolitana de Goiânia. A cidade não enviou representante à reunião da Secretaria de Articulação Institucional realizada nesta quinta-feira sobre o assunto e, por meio de nota, informou que “o orçamento municipal está direcionado para investimentos em Educação, Infraestrutura e Saúde. Em função disto, o tesouro municipal não possui condições de retirar recursos destas áreas e arcar com o valor proposto para o passe livre estudantil”.
“Aparecida de Goiânia segue sem definição sobre a participação no programa de passe livre para estudantes da rede metropolitana. Reunião ontem na Superintendência da Juventude, pasta ligada à Secretaria de Articulação Institucional (Searti), definiu últimos detalhes de financiamento para que os municípios que assinaram acordo possam ser beneficiados. As 18 cidades somam 110 mil alunos, sendo que somente 8 mil fazem uso do serviço. Só em Aparecida, são aproximadamente 24 mil estudantes que podem não ser incluídos no projeto.
Superintendente da juventude, Leonardo Felipe afirma que tem tentado contato com a prefeitura de Aparecida de Goiânia mas não tem obtido retorno. Nenhum representante ou justificativas das faltas às reuniões foram apresentadas para a superintendência. Dessa maneira, Leonardo Felipe afirma que o projeto tem sido conduzido com os municípios que concordaram com o projeto. “A ordem é agilizar o passe livre e permitir que os estudantes sejam beneficiados o quanto antes”. Apesar disso, não há prazo para que todos os interessados sejam contemplados.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Aparecida de Goiânia encaminhou nota na tarde de ontem informando que nenhum representante do município esteve nas reuniões agendadas porque o secretário da Fazenda, Carlos Eduardo de Paula, estava em viagem administrativa para a China. Além disso, a nota explica que o secretário não chegou a receber o convite das reuniões.
A Prefeitura de Aparecida esclarece, ainda, que o orçamento municipal está direcionado para investimentos em Educação, Infraestrutura e Saúde. Em função disto, o tesouro municipal não possui condições de retirar recursos destas áreas e arcar com o valor proposto para o passe livre estudantil. A média mensal de gastos da Prefeitura de Aparecida de Goiânia seria de R$ 370 mil.
Com a divisão acordada entre os municípios, cada cidade vai arcar com a parte que for referente ao gasto mensal. Leonardo Felipe explica que a logística do programa está pronta para ser colocada em prática. A estimativa de gastos para manter os 120 mil alunos com passe livre é de R$ 3,2 milhões ao mês. Metade desse valor, R$ 1,6 milhão, será custeado pelo Estado e R$ 1,6 milhão deverá ser dividido entre os municípios que participarem do programa, de acordo com o número de estudantes.
Ainda não foi acordado a forma de cadastramento dos estudantes. A CMTC informou ontem que aguarda conclusão das negociações para divulgar quando e onde os alunos deverão se inscrever. Mas é certo que os interessados tenham que apresentar documento que comprove o endereço de moradia e a matrícula escolar. E essa pode ser uma preocupação, principalmente para a prefeitura de Goiânia. Como Aparecida se nega a firmar o acordo por questões financeiras, os estudantes da cidade, matriculados em escolas da capital, podem conseguir comprovantes de endereço da cidade vizinhas para garantir a gratuidade. Dessa forma, a conta vai para a cidade apresentada no comprovante.
Número de viagens
Na reunião da última semana, a Prefeitura de Goiânia havia se posicionado contra a limitação do número de viagens. O programa prevê que cada aluno tenha 48 viagens disponíveis por mês. Isso gera despesa de R$ 64,80 para o município e o mesmo valor para o Estado, para cada aluno. No encontro de ontem, o chefe de gabinete da prefeitura Iran Saraiva Júnior informou que a prefeitura aceita o acordo, mas que vai buscar meios para estender o benefício para os estudantes da capital.
Sobre os riscos da capital ter que arcar com as despesas de alunos de Aparecida, a CMTC informou que os diretores deverão se reunir até a próxima semana para definir como essas adesões deverão ser concretizadas.
Estudantes voltam a tomar as ruas
Cerca de 200 estudantes se reuniram ontem na Praça Universitária para protestar contra a precarização do transporte público. Além da participação de jovens, a presença policial foi intensa. Cerca de 15 viaturas e mais de 45 policiais compareceram ao local para acompanhar a mobilização. Militares da cavalaria e uma viatura da Rotam também monitoravam a região. Os primeiros participantes chegaram por volta das 17 horas e logo após as 18 h saíram em caminhada para o Terminal da Praça da Bíblia. Nesse momento os manifestantes se dispersaram e um grupo menor seguiu em para o Centro da cidade.
Atos de depredação foram registrados, praticados pelo grupo que seguiu em direção ao Centro. Os participantes quebraram a vidraça de duas agências bancárias. Em um dos casos, uma mulher usava o caixa eletrônico e ficou bastante assustada.
Um ônibus da Metrobus, que faz a linha do Eixo Anhanguera, foi parado e pichado. Uma viatura da PM atingida por um outro coquetel molotov, lançado por manifestantes. Queimaram também um pneu e pedaços de papelão no meio da avenida. Um dos coordenadores da passeata recusou a se identificar. Para a reportagem, ele informou que nenhum dos jovens falaria com a imprensa se não fosse por transmissão ao vivo. A ordem também era repassada por um carro de som aos presentes. Mas logo o veículo foi impedido de seguir com a manifestação, pois a PM constatou que o veículo estava com o IPVA vencido. Os manifestantes levaram um boneco para simbolizar o presidente da CMTC, Ubirajara Abbud que, segundo os manifestantes, seria o responsável por privilégios das empresas.”
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