Os prefeitos da Região Metropolitana de Goiânia vão voltar a se reunir com o governador Ronaldo Caiado (DEM) na manhã deste sábado (13/03) para decidir o futuro das restrições para contenção da Covid-19 nos municípios. A tendência é manterem as restrições nas cidades com novos decretos, com alguns entes fazendo algumas alterações. Aparecida de Goiânia, por exemplo, anunciou na noite desta sexta-feira (12/03) o retorno do escalonamento regional, nos moldes do já experimentado durante a primeira onda da pandemia.
A reunião aconteceria nesta sexta-feira (12/03), mas a Prefeitura de Goiânia anunciou que seria remarcada para manhã deste sábado. Um prefeito da Região Metropolitana revelou ao Diário de Goiás que as restrições impostas ao longo das últimas semanas não alteraram o cenário de crise. “Nada mudou”. Questionado se a tendência era manter as restrições ele falou que a situação é alarmante com “hospitais abarrotados” e existem filas de espera extensas para leitos de UTI. A preocupação é evidente.
“Nós vamos estar conversando com os outros prefeitos da região e com o governador para tomar uma decisão em conjunto. Estamos com nossos hospitais abarrotados. Goiás tem mais de 600 pedidos de UTI, não existem vagas. Estamos muito preocupados com a situação”, destacou.
Ontem (11) Caiado já havia se reunido por meio de videoconferência com representantes do poder judiciário e legislativo, em que o governador manifestou preocupação com relação à dificuldade de manter o isolamento social e os decretos em atividade na Região Metropolitana. Apesar de existir dificuldade em impor novas medidas restritivas, a tendência é aumentar a fiscalização durante os próximos dias.
A expectativa é que até o começo da noite, haja uma definição com relação aos novos nortes para a região nos próximos dias. Nos últimos dias houve um crescente movimento pedindo flexibilização em torno das restrições impostas. Manifestantes políticos e empresários foram ao Paço por várias vezes e chegaram a ameaçar invasão à Prefeitura.
Na última quarta-feira (10/03) o sistema municipal de Saúde entrou em colapso. No começo daquela noite, nenhuma das unidades próprias ou contratadas disponibilizava leitos de UTI ́ aos pacientes de Covid. De 256 vagas contratadas e próprias, a Saúde de Goiânia tinha ocupação total. Nas vagas de enfermaria para pacientes infectados pelo Coronavírus, de 207 vagas estavam ocupadas 180. 12 estavam vagas enquanto outros 15 estavam bloqueados.
Um dia após o colapso, na quinta-feira (11), 22 novos leitos foram abertos no Hospital das Clínicas (HC). Deste modo, a porcentagem de ocupação caiu, para 92%, de acordo com o mapa de leitos Covid-19, disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Uma das expectativas para reabertura do comércio em Goiânia e região era que a ocupação dos leitos de UTI fixasse em torno de 70%. Além de não conseguir baixar esse número, não fosse a implantação de novos leitos a situação seria muito mais calamitosa. A tendência é de mais uma semana com restrições nas cidades.
Escalonamento Regional: uma alternativa
Após 14 dias de lockdown parcial em Aparecida de Goiânia, a Prefeitura decidiu mudar a estratégia e retornar ao escalonamento regional a partir da próxima segunda-feira (15/03). A possibilidade da volta do isolamento social intermitente já havia sido antecipada pelo Diário de Goiás pelo secretário de Saúde, Alessandro Magalhães. A reunião que definiu a medida foi realizada nesta sexta-feira (12/03).
A decisão foi tomada pelo Comitê de Prevenção e Enfrentamento ao novo Coronavírus de Aparecida de Goiânia. “Os membros do Comitê decidiram pela volta do isolamento social intermitente por escalonamento regional como parte da estratégia para reduzir o contágio da doença na cidade”, pontuou a nota encaminhada à imprensa. O modelo já havia sido utilizado na primeira onda da pandemia entre junho e agosto e se baseava em um método adotado em Israel e consistia no fechamento regional do comércio em determinados dias e horários, não alcançando toda a cidade. A população à época aprovou.
A Prefeitura de Aparecida deve apresentar a proposta para os demais municípios. Goiânia já havia levantado a possibilidade de implantar o mesmo sistema na capital, tendo apoio dos empresários. “Desde o começo desta pandemia defendemos um modelo de Aparecida de Goiânia que adotou o modelo de Israel: dividiu os municípios por zona, faixa e impacto. De acordo com o que cada região estava com o maior ou menor índice de contaminação ou maior disponibilidade de leitos a cidade de Aparecida diminuiu a atividade da região. Eu penso que é o que Goiânia tem que adotar porque a nota-técnica tá muito bem feita diga-se por sinal, para o Estado inteiro, então ele pega um município de 5 mil habitantes, mas pega Goiânia de 1 milhão e 200, 300 habitantes”, pontuou o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), Marcelo Baiocchi em entrevista ao Diário de Goiás à época.
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