05 de dezembro de 2025
Prestação de contas • atualizado em 02/10/2025 às 18:19

Prefeito Sandro Mabel apresenta superávit e crescimento da arrecadação própria em Goiânia

Prefeitura de Goiânia apresentou relatório do segundo quadrimestre de 2025, com destaque para aumento da arrecadação própria e redução de despesas correntes
Mabel apresenta relatório fiscal do 2º quadrimestre e ressalta equilíbrio nas contas da capital. Foto: Divulgação.
Mabel apresenta relatório fiscal do 2º quadrimestre e ressalta equilíbrio nas contas da capital. Foto: Divulgação.

A Prefeitura de Goiânia apresentou nesta quinta-feira (2), em audiência pública na Câmara Municipal, o relatório de gestão fiscal referente ao segundo quadrimestre de 2025. O balanço mostra um cenário de recuperação econômica e de maior equilíbrio financeiro nas contas do município, após anos de dificuldades decorrentes da queda nas transferências federais e estaduais.

Segundo o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, a situação da cidade é grave e ainda se encontra em estado crítico, com desafios sérios em diversas áreas. “Enfrentamos um caos na saúde e na limpeza urbana. Apenas nos 44 mutirões que realizamos, conseguimos remover 20 mil toneladas de lixo espalhadas por toda a cidade, resíduos que entopiam bueiros e contribuem para a proliferação de doenças. Mas estamos enfrentando esses problemas de frente, junto com todos vocês”, afirmou aos parlamentares presentes.

Em contrapartida, de acordo com os números, a capital registrou crescimento expressivo na arrecadação própria, acompanhado de redução significativa nas despesas correntes. Essa combinação resultou em superávit, que está sendo usado para amortizar dívidas herdadas de gestões anteriores, sobretudo na área da saúde.

Receita própria supera transferências

A receita total de Goiânia no segundo quadrimestre de 2025 avançou 12,8% em comparação ao mesmo período de 2024. O destaque foi o desempenho das receitas correntes, que cresceram 10%.

O ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) apresentou alta de 8,6%, atingindo pela primeira vez patamar superior ao do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O resultado reflete tanto a expansão do setor de serviços na capital quanto ações de fiscalização e combate à sonegação.

Enquanto isso, o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) cresceu 4,7%, impulsionado pelo aquecimento do mercado imobiliário, e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) registrou expressiva elevação de 21%. Já o IPTU avançou apenas 0,9%, abaixo da inflação acumulada no período, o que representa estabilidade em termos reais.

Essa mudança de perfil é histórica: pela primeira vez, Goiânia arrecadou mais com tributos próprios do que com transferências constitucionais. Os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) recuaram 14% e o ICMS, principal receita de transferência do Estado, caiu 2,16%.

Redução de despesas correntes

No mesmo período, a Prefeitura conseguiu reduzir as despesas correntes em 6%. Considerando a inflação, o corte representa uma economia real superior a 10%. Segundo a Secretaria de Finanças, a contenção foi alcançada com revisão de contratos, renegociação de valores e maior rigor na execução orçamentária. A medida foi apontada como fundamental para equilibrar as contas diante da queda dos repasses estaduais e federais.

Dívidas herdadas e ajustes de gestão

O prefeito de Goiânia lembrou que a atual administração assumiu a cidade em cenário de crise financeira, com endividamento elevado e passivos acumulados. “Tivemos de adotar medidas duras de austeridade para colocar a casa em ordem. Foi corte, foi gestão. Pegamos o boi pelo chifre e conseguimos inverter a curva: arrecadamos mais e gastamos menos”, afirmou.

Parte do superávit obtido em 2025 foi destinada ao pagamento de dívidas da saúde. A atual gestão destacou que o equilíbrio financeiro permitirá, a partir de 2026, ampliar a capacidade de investimento em infraestrutura e serviços públicos, sem comprometer a sustentabilidade das contas.

Expectativas para 2026

A perspectiva da Prefeitura é de continuidade no crescimento da arrecadação própria, sustentada pelo avanço do setor de serviços e pela manutenção de medidas de combate à inadimplência e à sonegação. Ao mesmo tempo, a administração municipal pretende manter o controle rigoroso sobre as despesas correntes, buscando abrir espaço para investimentos estratégicos em mobilidade urbana, educação e saúde.


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