O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) revelou com exclusividade ao Diário de Goiás na manhã desta quarta-feira (21), que desde o início de sua gestão, por várias vezes sofreu discriminação por todo lado, até mesmo dentro da campanha. Acostumado à situação, o gestor afirma que já estabeleceu uma forma de enfrentar a situação.
Em entrevista ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, o prefeito aponta que dá o exemplo ao não promover a discriminação. Observado pela primeira dama Telma Cruz, que estava na sala de despachos do administrador, Cruz indicou que sentiu que era olhado de forma diferente antes de começar a gestão.
Desde o início fui discriminado, até mesmo dentro da campanha, mas isso tiramos de ‘letra’. Acho que a maneira de agirmos para estas pessoas é mostrar serviço e trabalho, e mostrar que não temos indiferença, todos nós somos iguais e temos capacidade. Aprendemos todos os dias, todos são iguais independe da sua cor, raça, religião. A pessoa tem um norte em sua vida e ela segue esse norte. Eu tenho meu norte, eu sigo, tenho a vontade de fazer aquilo, vou lutar para fazer, independente da minha cor e independente para quem irei fazer.
(Rogério cruz, PREFEITO DE GOIÂNIA)
De acordo com o prefeito a discriminação acontece de todos os lados, mas nem por isso Rogério Cruz se deixa abalar. Segundo ele, tais comportamentos não o afeta. ”Eu levo a vida tão natural que eu não importo com essas coisas. A pessoa pode falar, pode xingar, as vezes as pessoas me param na rua e quer me criticar e eu paro para ouvir, não tenho problemas, eu ouço críticas. Eu tenho dois ouvidos e um boca, então prefiro ouvir mais do que falar mais”, completa.
Eu não tenho dificuldade de ouvir críticas, se a pessoa quer falar na minha frente me criticando ou não, eu paro para ouvir, podem ser construtivas ou pessoais. Isso é para mostrar que qualquer um de nós temos capacidade, Rogério Cruz
Apesar da discriminação, Cruz não discrimina
Recentemente Rogério Cruz, que é evangélico, apareceu em uma foto abraçando uma mãe de santo durante a Feira das Pretas, evento que reúne afroempreendedoras que expõem e comercializam produtos de moda, gastronomia, artesanato, artes plásticas, saboaria artesanal, e óleos essenciais.
”Eu sou gestor de uma cidade, nosso país é laico e por eu ser gestor eu não posso olhar para quem está ao meu lado com um olhar diferenciado, olho para todos igual. Como evangélico que sou o próprio Jesus manda nos amar a todos, independente de quem seja a pessoa. Eu não estou fazendo gestão somente para evangélicos, não estou fazendo gestão somente para o católico, não estou fazendo gestão somente para um pai de santo que tem sua religião afro, não, eu estou fazendo gestão para pessoas, não faço para religião”, afirma.
Rogério lembra que quando era vereador, ele promoveu outros eventos para afroempreendedores em Goiânia. ”Eu que abracei essa causa e lá dentro eu tive essa surpresa de uma representante do Candomblé com turbante e a roupa de mãe de santo, ela chegou e disse: ‘eu estou surpresa, não esperava receber um certificado das mãos de um pastor’. Então isso me tocou muito”, finaliza Rogério Cruz.
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